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Rúben pegou na braçadeira, cabeceou de olhos fechados e marcou. E um clube inteiro já está cheio de saudades (crónica do Benfica-Moreirense)

Este artigo tem mais de 3 anos

Foi capitão, abriu o marcador, celebrou com Rui Costa. Rúben Dias foi a figura da vitória do Benfica perante o Moreirense (2-0), naquele que poderá ter sido o último jogo do central pelos encarnados.

O central encarnado abriu o marcador à passagem dos primeiros 20 minutos da partida
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O central encarnado abriu o marcador à passagem dos primeiros 20 minutos da partida

Getty Images

O central encarnado abriu o marcador à passagem dos primeiros 20 minutos da partida

Getty Images

Foi um final de semana agitado no universo encarnado. Em poucas horas, o Benfica emprestou Florentino ao Mónaco, terá praticamente fechado a venda de Rúben Dias ao Manchester City por cerca de 60 milhões de euros e ainda viu o Orçamento e Contas ser aprovado na Assembleia-Geral desta sexta-feira. No meio de tudo isto, o capítulo mais tranquilo acabava por ser o que é de facto discutido dentro de campo, depois de uma goleada convincente em Famalicão e na antecâmara de uma receção ao Moreirense.

Na antevisão, e para além de confirmar a ausência de Taarabt por lesão, Jorge Jesus falou principalmente sobre a ausência dos adeptos dos estádios de futebol — sendo que o treinador, tal como Sérgio Conceição e Pedro Proença, é uma de 67 personalidades que assinaram o movimento “Sem Adeptos Não Há Futebol”. O técnico lembrou que o futebol foi “a atividade que melhor soube trabalhar e conviver com o vírus”, explicou que é necessário ser “realista e ter só uma máscara para a Covid-19” e acrescentou não saber “qual é a máscara” que os políticos “põem para o futebol”.

Ficha de jogo

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Benfica-Moreirense, 2-0

2.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Vertonghen, Grimaldo (Nuno Tavares, 88′), Rafa (Pedrinho, 74′), Pizzi (Chiquinho, 65′), Gabriel, Everton (Weigl, 88′), Waldschmidt (Seferovic, 65′), Darwin

Suplentes não utilizados: Helton Leite, Gilberto, Vinícius, Ferro

Treinador: Jorge Jesus

Moreirense: Pasinato, D’Alberto (Matheus Silva, 67′), Rosic, Steven Vitória, Pedro Amador, Lucas Silva (Filipe Pires, 60′), Filipe Soares, Fábio Pacheco (Gonçalo Franco, 82′), Pedro Nuno, Alex Soares (Ibrahima, 82′), Fábio Abreu

Suplentes não utilizados: Miguel, Reynaldo César

Treinador: Ricardo Soares

Golos: Rúben Dias (20′), Seferovic (80′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Pizzi (30′), a André Almeida (60′)

“Com todo o respeito pela Direção-Geral da Saúde, não entendo porque não há espectadores no futebol. Essa conversa de as pessoas que estão no futebol serem diferentes do cinema, do teatro, da festa do Avante!, ainda bem. Fiquei todo feliz por haver festa do Avante!. Quem consegue ter um controlo da organização como aconteceu e como qualquer clube em Portugal pode fazer, e tivemos agora o exemplo da Supertaça Europeia, não entendo como é que no Estádio da Luz não podem estar 15 ou 20 mil pessoas”, comparou Jesus, terminando com a ideia de que Portugal está a “inventar aquilo que não tem nada de inventar”.

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Tudo isto na véspera de um jogo em que o Benfica tentou ter 20 convidados na tribuna presidencial, num pedido que acabou chumbado pela própria DGS, algo que originou um ataque dos encarnados à Liga, já que o protocolo de normas e orientações para o futebol prevê “a possibilidade de ocupação até 50% dos números de lugares das tribunas presidenciais”. Certo é que, este sábado, o Benfica recebia o Moreirense sem a presença de adeptos nas bancadas — e também sem Taarabt, que era substituído por Pizzi no onze inicial.

O internacional português voltava ao onze de Jesus, depois de ter sido suplente em Famalicão, mas o treinador não alterava qualquer outra peça: Waldschmidt e Darwin eram novamente a dupla ofensiva, Everton Cebolinha estava no meio-campo em conjunto com Gabriel e Rafa e Weigl começava outra vez sentado no banco. Do outro lado, o Moreirense aparecia na Luz depois de uma vitória inicial contra o Farense, com golos de Fábio Abreu e Pedro Nuno, e assistia aquele que poderia ser o último jogo de Rúben Dias pelo Benfica, ele que este sábado era o capitão de equipa — com André Almeida e Pizzi em campo, um pormenor que pode mesmo significar que o central está de saída.

O desenho tático do Benfica era o mesmo que apareceu contra o PAOK e contra o Famalicão: dois elementos destacados na frente de ataque, com Darwin a ser um ‘9’ mais móvel e Waldschmidt a aparecer um pouco mais atrás; um ’10’ com muita liberdade nas costas da dupla ofensiva, que este sábado era Pizzi; Rafa na direita e Everton Cebolinha na esquerda, sendo que Gabriel aparecia logo depois do setor defensivo e era a primeira linha de construção da equipa. Os encarnados entraram melhor e com vontade de inaugurar depressa o marcador, com Vertonghen a protagonizar a primeira oportunidade destacada com um cabeceamento ao lado (10′) e Cebolinha a rematar rasteiro ao lado (15′), e o primeiro golo apareceu mesmo a fechar os 20 minutos iniciais.

Num momento que poderá ter sido o clímax de uma despedida perfeita, Rúben Dias apareceu mais alto do que todos os outros a cabecear ao segundo poste na sequência de um canto batido por Cebolinha na esquerda (20′). O central português marcava naquele que poderá ter sido o último jogo ao serviço do Benfica e foi muito acarinhado tanto pelos adeptos como por Rui Costa nos festejos. Desbloqueado o resultado, os encarnados intensificaram a presença no meio-campo adversário e tornaram o jogo uma partida de autêntico sentido único, construindo diversas oportunidades de golo.

Darwin atirou por cima de muito longe (27′), Waldschmidt viu o remate prensado depois de um passe de Everton a rasgar (29′) para Rafa atirar ao lado logo depois (29′), o mesmo Rafa rematou contra um adversário depois de uma assistência de Pizzi (35′) e Vertonghen permitiu uma defesa enorme de Pasinato com um cabeceamento já na pequena área (37′). O Benfica mostrava uma presença ofensiva avassaladora e não deixava que o Moreirense tivesse a bola durante mais do que parcos segundos, sendo a exceção um remate por cima de Alex Soares na sequência de um contra-ataque rápido (31′).

Com a equipa muito subida e as linhas sempre muito móveis, Everton Cebolinha era o principal motor do ataque encarnado, ao desbloquear a defesa do Moreirense com passes verticais. Darwin, apesar de ser o ‘9’ destacado da equipa, tinha muita mobilidade e liberdade na zona da grande área adversária e tanto recuava para ir procurar jogo como se encostava às laterais para permitir incursões de Waldschmidt ou Pizzi pela faixa central. De resto, destacava-se principalmente a velocidade de transição defensiva do Benfica, que anulava por completo as escassas tentativas da equipa de Ricardo Soares e originava recuperações de bola ainda no meio-campo adversário.

O Benfica chegava ao intervalo a ganhar pela margem mínima e depois de uma primeira parte em que foi altamente perdulário. Só Vlachodimos, André Almeida e Grimaldo não remataram, os encarnados desperdiçaram quatro oportunidades flagrantes e somaram 18 remates, mais do que fizeram durante todo o jogo contra o PAOK e o Famalicão. O resultado era obviamente escasso, tendo em conta a enorme superioridade da equipa de Jorge Jesus, mas sublinhava-se a capacidade que o Benfica tinha em chegar a zonas de concretização, algo que raramente aconteceu nas duas partidas anteriores.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Moreirense:]

Na segunda parte, a história continuava. O Benfica mantinha-se no controlo do jogo, ainda que com menor intensidade, e o Moreirense não conseguia fazer mais do que estar reduzido ao próprio meio-campo. Ainda assim, e apesar de ser o caudal ofensivo dos encarnados o grande destaque da exibição deste sábado, voltava a ficar visível e patente a capacidade que a equipa de Jorge Jesus tem para recuar rapidamente e recuperar a bola em poucos segundos. E neste capítulo particular, Rafa era o campeão das recuperações, recuando sempre a grande velocidade para ir roubar a posse e lançar a equipa novamente para a frente.

O Benfica voltou a ter oportunidades flagrantes para aumentar a vantagem, tanto por intermédio de Waldschmidt (59′) como de Cebolinha (64′), e Jorge Jesus mexeu pela primeira vez na equipa a 25 minutos do apito final, ao trocar Pizzi e Waldschmidt por Chiquinho e Seferovic. Até ao fim, e depois de algumas alterações também no Moreirense, os encarnados continuaram a ter o jogo na mão, apesar da menor acutilância ofensiva. O tão procurado segundo golo apareceu já a 1o minutos do apito final, na sequência de uma enorme arrancada de Darwin na direita: o uruguaio assistiu Seferovic, que só precisou de encostar (80′), e somou a terceira assistência no Campeonato apesar de continuar sem conseguir estrear-se a marcar pelo Benfica.

A equipa de Jorge Jesus venceu o Moreirense na Luz, somou a segunda vitória em dois jogos e mantém a tendência vencedora no Campeonato. Apesar disso, concretizou apenas duas de dezenas de oportunidades e finalizou apenas dois de 29 remates. Contra a equipa de Ricardo Soares, a veia perdulária não teve grandes consequências; mas contra uma equipa de outro calibre, a consequente e frequente incapacidade do Benfica de marcar em todas as ocasiões pode tornar-se um problema. Certo é que, este sábado, Rúben Dias pegou na braçadeira, cabeceou de olhos fechados, marcou e abriu os braços para festejar. E, naquele que poderá ter sido o jogo da despedida, já deixou um clube inteiro cheio de saudades.

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