A Plataforma Pela Reposição das Scut na A23 e A25 anunciou esta segunda-feira que vai realizar uma assembleia cívica para definir ações de luta contra as portagens e admitiu que o corte da autoestrada 23 (A23) continua em aberto, “se for necessário”.

“Nós continuamos a dizer que se for necessário cortar a A23, cortamo-la”, afirmou Luís Garra, da União de Sindicatos de Castelo Branco, uma das várias entidades que integram a Plataforma, estrutura de luta contra as portagens nas antigas Scut (vias sem custos para o utilizador).

Luís Garra falava numa conferência de imprensa, na Covilhã, distrito de Castelo Branco, durante a qual foi lembrando que o Governo prometeu implementar os descontos de quantidade este trimestre, que acaba daqui a dois dias, sem que os mesmos tenham sido efetivados.

Sublinhando que o Governo ainda não anunciou de forma oficial nenhum adiamento da medida, a Plataforma promete esperar mais dois dias para verificar se a promessa foi cumprida ou se as ações de luta têm de endurecer.

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São dois dias que o Governo tem para cumprir, sendo certo que se nestes dois dias o Governo não der resposta cabal às nossas solicitações e não implementar qualquer modelo que inicie o processo de redução de portagens, até à abolição, à plataforma não resta outra alternativa senão adotar as medidas que se venham a mostrar absolutamente necessárias”, referiu Luís Garra.

Sem prejuízo de considerar que o modelo anunciado é insuficiente e continuando a exigir a suspensão imediata dos pagamentos no quadro das respostas dadas às dificuldades criadas pela pandemia, a Plataforma sustenta que a vida “é feita de coisas concretas” e que, não “havendo cumprimento de promessas”, não resta “outra alternativa que não seja a “agudização da intervenção”.

Segundo anunciado, a primeira medida passará pela realização de uma assembleia cívica de indignação que apela para a participação e para a indignação, com o objetivo de definir as ações de protesto a desenvolver no futuro, tanto mais que se está “em fase de construção” do Orçamento de Estado para 2021.

A ação decorrerá no dia 22 de outubro, em local e hora a divulgar, e pretende que os participantes possam expressar a sua indignação e apresentem propostas sobre a forma como agir.

O corte de vias poderá ser uma das medidas a analisar, até porque a Plataforma também não afasta essa hipótese, salientando que as reações que chegam da sociedade é que já se deviam ter tomado “atitudes mais fortes e acutilantes”.

Luís Garra adiantou que se mantém a exigência de “redução progressiva”, que leve a uma abolição dos pagamentos até final da legislatura.

Luís Veiga, do Movimento de Empresários pela Subsistência do Interior, reiterou a ideia de que as portagens estão a funcionar como uma fronteira que trava o desenvolvimento da atividade económica do interior.

Este empresário do setor do turismo e hotelaria voltou a defender que, perante as dificuldades causadas pela pandemia, se devia avançar com a imediata suspensão do pagamento de portagens, pelo menos até à Páscoa.

A Plataforma Pela Reposição das Scut na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.