O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) comprometeu-se esta quarta-feira, em reunião no Ministério do Trabalho, no Porto, a reabrir todas as suas cantinas nos próximos 15 dias, informou o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria do Norte.

À Lusa, o presidente do presidente daquele sindicado, Nuno Coelho, afirmou “acreditar” que o IEFP vai cumprir o anunciado esta quarta-feira na reunião em que também participou a Eurest.

Acreditamos que vão cumprir. Saímos confiantes da reunião. Os trabalhadores vão poder regressar aos seus postos de trabalho. Era esse o nosso grande objetivo”, salientou o sindicalista.

A 17 de setembro, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), denunciou, em comunicado, que a maioria das cantinas dos centros de formação do IEFP continuam encerradas, colocando em risco cerca de 200 postos de trabalho.

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A federação sindical da CGTP disse, nessa data, que o IEFP tem cerca de 30 cantinas de centros de formação concessionadas às Eurest e Euroessen, onde trabalham cerca de 200 pessoas, e “a esmagadora maioria continuam encerradas”, apesar de os centros estarem já em funcionamento.

“Estão em causa os postos de trabalho da esmagadora maioria dos trabalhadores destas cantinas”, indicou, na altura, a FESAHT, acrescentando ter informação de que apenas estão a funcionar duas cantinas no Sul, duas no Centro e uma no Norte.

De acordo com a federação sindical, a generalidade dos trabalhadores esteve em layoff até final de julho “com perdas salariais enormes, e neste momento não sabe o futuro dos seus postos de trabalho”.

A reunião com o IEFP ocorreu no dia em que os sete trabalhadores da cantina do Centro de Formação do Cerco do Porto, encerrada devido à Covid-19 e que ainda não reabriu, fazem greve para exigir a sua reabertura e o regresso ao seu local de trabalho.

Os trabalhadores concentraram-se ao início da manhã junto ao Centro de Formação do Cerco do Porto para denunciar publicamente a situação.

Atualmente, estes trabalhadores encontram-se dispersos por outras cantinas de escolas e do Instituto Português de Oncologia do Porto. Queremos que a cantina abra. É isso que queremos, é a reabertura de todas as cantinas”, afirmou Nuno Coelho.

O sindicalista lembrou que, “ao serem deslocados [os trabalhadores] altera-lhes o horário de trabalho, as folgas e as pessoas já têm as suas vidas organizadas”.

“A generalidade destes trabalhadores esteve em regime de layoff até final de julho, com perdas salariais enormes”.

Uma outra questão, segundo o dirigente do sindicato, é que ao serem deslocados para outros locais de trabalho, “estão a retirar o lugar a outros trabalhadores que anualmente são contratados pela Eurest para as cantinas escolares”.

Por esse motivo, esta greve, convocada apenas para os trabalhadores da cantina do Centro de Formação do Cerco do Porto, “regista uma adesão de 100%”.

Em resposta à Lusa, a Eurest confirmou o anúncio do IEFP, mas precisou que “o cliente informou que o estabelecimento vai reabrir no próximo dia 15 de outubro – mas só a valência de refeitório (o bar mantém-se encerrado)”.

Afirmando-se “preparada para reabrir a cantina” na data avançada, a Eurest assegurou que “os postos e as condições de trabalho dos colaboradores vão manter-se”.