Domingo, terça, quinta, domingo novamente. No espaço de uma semana, o calendário do Tottenham incluía quatro jogos e três competições diferentes. Newcastle no domingo, Chelsea na terça, Maccabi Haifa na quinta, Manchester United no domingo. Quatro adversários, oito dias, dois jogos a eliminar. E à entrada para o playoff de acesso à Liga Europa, esta quinta-feira, tudo parecia estar a correr de feição a José Mourinho.

O treinador português garantiu no início da semana que iria sacrificar a Taça da Liga para dar prioridade às duas partidas da Premier League e ao encontro europeu com os israelitas. Ainda assim, e apesar de ter jogado sem Harry Kane, Son Heung-min e Lucas Moura no onze inicial, o Tottenham venceu o Chelsea nas grandes penalidades, passou aos quartos de final da Taça da Liga inglesa e dois dias depois tinha uma vaga de fundo positiva para defrontar — e eliminar — o Maccabi Haifa. A vitória, assim como a passagem à fase de grupos da Liga Europa, era a única opção viável para Mourinho e para o Tottenham naquilo que são os objetivos da equipa para esta temporada.

Mourinho pegou-se com Lampard, foi ao balneário na segunda parte e saiu a correr depois da vitória (a crónica do Tottenham-Chelsea)

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“Estes jogos a eliminar são muito perigosos porque é só uma mão. São muito, muito perigosos. Sentimos esse medo na Bulgária e temos de garantir que ganhamos. É um jogo, em casa, os golos fora não importam. Os penáltis só aparecem depois de meia-hora extra. Temos de fazer todos os possíveis para ganhar porque é importante para nós a nível desportivo mas também a nível económico”, disse o treinador português, que não podia contar com Son, que se lesionou contra o Chelsea, e deixava Eric Dier, um dos jogadores que cumpriu os 90 minutos nas duas últimas partidas, fora da convocatória.

Assim, Joe Hart era o guarda-redes titular, ao invés de Lloris, Harry Kane, Lucas Moura, Ben Davies e Matt Doherty voltavam todos ao onze e Dele Alli regressava à equipa, através da condição de suplente, depois de ter ficado de fora das opções de Mourinho durante os primeiros jogos da temporada. Na primeira parte, o Tottenham só precisou de dois minutos para abrir o marcador: Ben Davies combinou com Bergwijn e assistiu Kane, que apareceu sozinho a encostar ao segundo poste (2′). Os spurs entraram melhor e pareciam ter o resultado totalmente encaminhado mas acabaram por ser surpreendidos por um grande golo de Chery (17′) que empatou o resultado.

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Depois de eliminar o Chelsea e chegar aos quartos de final da Taça da Liga inglesa na terça-feira, Mourinho conseguiu afastar o Maccabi Haifa e reservar um lugar na fase de grupos da Liga Europa

Quase de seguida, porém, e naquele que acabou por ser o segundo golo do avançado brasileiro em três jogos, Lucas Moura desviou um canto ao primeiro poste (20′) e colocou novamente os ingleses na frente do marcador. Antes do intervalo, Lo Celso ainda marcou duas vezes e aumentou a vantagem: primeiro ao aproveitar uma confusão na grande área do Maccabi Haifa (36′), depois à saída do guarda-redes e com um passe de Kane (39′).

Na segunda parte, Mourinho trocou precisamente Lo Celso por Dele Alli, promovendo o regresso do internacional inglês à equipa, e o Maccabi Haifa voltou a reduzir a desvantagem por intermédio de Rukavytsya, que converteu uma grande penalidade cometida por Doherty (52′). Os israelitas adquiriram nesta altura algum ímpeto e Joe Hart ainda foi obrigado a defender uma oportunidade de Abu Fani (53′) mas Harry Kane repôs a vantagem de três golos também de penálti (56′), depois de Makouba intercetar um cruzamento de Davies com a mão.

Até ao fim, Kane ainda completou o hat-trick com assistência de Bergwijn (74′), sendo depois substituído por Reguilón a um quarto de hora do apito final, e Dele Alli voltou aos golos de penálti (90+1′). O Tottenham goleou o Maccabi Haifa em Londres, ultrapassou o playoff e completou a matemática que colocou José Mourinho na fase de grupos da Liga Europa: oito dias, quatro jogos, dois apuramentos e três golos de Kane.