O presidente executivo (CEO) do grupo automóvel alemão Volkswagen, Herbert Diess, reiterou esta quarta-feira na assembleia-geral de acionistas que espera alcançar lucros operacionais em 2020 e confirmou os investimentos previstos apesar da pandemia da Covid-19.

Diess disse na assembleia-geral de acionistas realizada virtualmente em Berlim que, no entanto, este lucro será muito menor do que o obtido no ano passado. “Até agora este ano, o desempenho económico da empresa foi fortemente influenciado pela pandemia da Covid-19, embora os negócios tenham recuperado até agora na segunda metade do ano”, acrescentou o presidente do grupo VW.

As entregas mundiais diminuíram nos primeiros oito meses do ano para 5,6 milhões de unidades (-21,5%). Na China, o principal mercado único da VW, as entregas caíram 11,5% até agosto, mas na Europa Ocidental caíram 30,9% devido à pandemia. A queda nas vendas na China é a mais baixa de todas as regiões, enquanto que a da Europa Ocidental é a mais alta.

A Volkswagen, que tinha uma liquidez líquida no setor automóvel de 18,7 mil milhões de euros no final do segundo trimestre, espera que as entregas e encomendas de automóveis em setembro excedam as do mesmo mês em 2019.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A transformação da empresa não será paralisada pela Covid-19, mas até vai ser acelerada”, de acordo com Diess.

O Grupo Volkswagen planeia investir 33 mil milhões de euros até 2024 em mobilidade elétrica, com o objetivo de se tornar o líder de mercado em veículos elétricos.

Um importante fator de sucesso é o novo sistema operativo VW.OS, que está a ser desenvolvido pela Car.Software.Org e será utilizado pela primeira vez no projeto Audi Artemis.

O grupo investirá 14 mil milhões de euros até 2024 na expansão das capacidades de tecnologias e informação e de condução autónoma. Diess acredita que a evolução do automóvel para um dispositivo de mobilidade totalmente ligado durante os próximos dez anos será muito mais abrangente do que a transformação da tecnologia de propulsão.

A direção e o conselho de supervisão propuseram um dividendo de 4,80 euros por ação ordinária e de 4,86 euros por ação preferencial para 2019, baixando assim o montante que inicialmente planeavam distribuir aos acionistas (6,50 euros por ação ordinária e 6,56 euros por ação preferencial). Diess disse que o ajustamento tem em conta os “enormes efeitos da pandemia” para a Volkswagen. “Todas as previsões a médio e longo prazo estão sujeitas a uma incerteza considerável e dependem da evolução da pandemia”, advertiu Diess.