O presidente do Parlamento da Catalunha avançou esta sexta-feira com a data de 14 de fevereiro para a realização de eleições antecipadas nesta comunidade autónoma espanhola, no caso de os políticos regionais serem incapazes de sair do impasse atual.

Em declarações à rádio RAC 1, Roger Torrent revelou que vai começar ainda esta sexta-feira uma ronda de consultas com os grupos parlamentares regionais para avaliar se existe algum candidato com “expectativas reais de poder ser investido” presidente da região.

Esta possibilidade parece ser, neste momento remota, uma vez que as forças pró-independência, que têm uma maioria no parlamento regional, não preveem uma investidura e já parecem ter acordado entre elas ir diretamente a eleições.

O anterior presidente do governo regional da Catalunha, o independentista Quim Torra, viu confirmada, na passada sexta-feira, pelo Supremo Tribunal Espanhol, a sentença de inabilitação, durante um ano e meio, que tinha sido decretada por um tribunal catalão.

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Segundo o presidente do Parlamento regional, também ele um independentista, se depois desta ronda de consultas concluir que não há um candidato com “expectativas reais de ganhar um debate de investidura”, não irá convocar uma sessão plenária para a investidura porque esta seria “falhada” e serviria apenas para “promover” os interesses do partido Cidadãos. Este partido de direita liberal é o que tem o maior grupo no parlamento regional, apesar de as formações independentistas terem a maioria dos lugares.

Neste caso, Roger Torrent irá ativar a contagem decrescente de dois meses, após o qual, se não tiver havido uma investidura, as eleições serão automaticamente convocadas para 54 dias mais tarde. Os prazos estabelecidos até estas possíveis eleições levariam automaticamente à sua realização a 10 de fevereiro de 2021, uma “quarta-feira de trabalho e escola”. “Se não houver um debate prévio de investidura, iremos [realizar eleições] a 14 de fevereiro”, disse Torrent.

O anterior presidente da comunidade autónoma foi condenado por desobediência, por não ter retirado, durante o período de campanha para as eleições nacionais em abril de 2019, as faixas de apoio aos presos do processo político catalão que haviam sido colocadas em edifícios públicos da região.