As licenças emitidas pelas autarquias para construção de habitação nova diminuíram 2,5% até julho face ao mesmo período de 2019, tendo o licenciamento de fogos em construções novas recuado 4,4%, anunciaram esta sexta feira as associações setoriais.

“Com base na informação estatística setorial disponível até ao final do mês de agosto, verifica-se que, globalmente, o setor da construção revela uma significativa resiliência perante o impacto do atual surto pandémico na atividade económica, com os principais indicadores setoriais a manterem-se mais positivos do que os apurados para a generalidade da economia”, referem as associações dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) e de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) em comunicado.

De acordo com a estimativa rápida da “Conjuntura da Construção”, relativamente às licenças emitidas pelas autarquias para construção de habitação nova, nos primeiros sete meses de 2020 “assiste-se a uma quebra menos intensa que a registada nos meses anteriores, tendo-se apurado uma variação em termos homólogos acumulados de -2,5%”.

quanto ao licenciamento de fogos em construções novas, verifica-se também um decréscimo, de 4,4%, em termos homólogos, para um total de 13.456 habitações.

Os dados da AICCOPN e da AECOPS apontam ainda que, no segundo trimestre de 2020, foram transacionados 33.398 alojamentos familiares, num montante global de 5.145 milhões de euros, o que traduz uma redução, de 21,6% em número e de 15,2% em valor face ao período homólogo.

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Neste caso o desempenho do mercado imobiliário acompanhou a evolução das restrições impostas no contexto da pandemia covid-19″

Assim, no mês de abril, período durante o qual vigorou o estado de emergência, foi quando que se observou a maior contração, em termos homólogos, do número de transações (-35,2%), enquanto nos meses de maio e junho, com o início do desconfinamento, as reduções foram menos expressivas, com taxas de -22,0% e -7,6%, respetivamente, aproximando-se dos números verificados no primeiro trimestre.

Relativamente aos preços dos imóveis, “permanece inalterada a tendência global de crescimento”, com o índice de preços da habitação a valorizar-se 7,8%, em termos homólogos, no segundo trimestre, e os valores de avaliação bancária na habitação a atingirem um novo máximo histórico em julho, com um aumento de 8,0%, também em termos homólogos.

No mesmo sentido, a concessão de crédito para aquisição de habitação manteve uma tendência positiva até julho, com um crescimento em termos homólogos acumulados de 6,5%, para 6.273 milhões de euros.

No segmento dos edifícios não residenciais registou-se, até julho, uma contração homóloga de 4,5% da área licenciada pelas autarquias.

No segmento de engenharia civil, o mercado de empreitadas de obras públicas “permanece estável”, mas, ainda que o volume de contratos celebrados registe uma variação homóloga temporalmente comparável positiva (de 14,4% até final de agosto), as associações alertam que “os níveis verificados continuam a situar-se muito abaixo dos valores apurados para o total de concursos promovidos, ou seja, objeto de abertura de procedimento”.