A sexta etapa da Volta a Portugal ainda estava longe das decisões quando, a muitos quilómetros dali, João Almeida arrancava um brilhante segundo lugar no contrarrelógio da etapa inicial na Sicília apenas superado pelo campeão mundial, Filippo Ganna. Parecia escrito que seria este sábado porque o corredor da Deceuninck-Quick Step nasceu exatamente nas Caldas da Rainha, onde tinha início a tirada de 155 quilómetros que iria terminar em Torres Vedras, outra terra com ciclismo no ADN também por influência do eterno Joaquim Agostinho. O ciclismo nacional está bem e recomenda-se, um pouco à semelhança do que aconteceu nesta Volta a Portugal edição especial, muito diferente do que costuma ser devido à pandemia mas com tanta ou mais emoção à mistura.

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No entanto, e à semelhança do que tinha acontecido na véspera, esta era uma etapa propícia para as fugas e para os velocistas em caso de chegada com o pelotão compacto, como a que deu o triunfo esta sexta-feira o triunfo ao britânico Daniel McLay (Arkéa-Samsic). Sobre as grandes decisões, essas, ficariam adiadas para os dois últimos dias, com Amaro Antunes como grande favorito pela vantagem de 13 segundos sobre Frederico Figueiredo (Tavira) e de 1.13 sobre o companheiro de W52 FC Porto, Gustavo Veloso, estando depois tudo em aberto na luta pelo pódio onde entravam ainda João Benta (Rádio Popular-Boavista), Jóni Brandão (Efapel) e João Rodrigues (W52 FC Porto). No entanto, havia uma etapa pela frente e um triunfo em disputa.

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Daqui para a frente há que procurar fugir aos azares. Sei que os nossos adversários tentarão atacar mas jogaremos as nossas cartas quando assim tiver de ser”, resumia o líder, Amaro Antunes.

Depois da passagem na frente de David Ribeiro (LA Alumínios-LA Sport), Ángel Sánchez (Miranda-Mortágua) e Gonçalo Leaça (LA Alumínios-LA Sport) no prémio de montanha de quarta categoria em Alfeizerão, Willem Smit (Burgos), Oier Lazkano (Caja Rural, que tinha ganho a etapa em Viseu) e Emanuel Duarte (LA Alumínios-LA Sport) foram os fugitivos do dia pouco depois do décimo quilómetro, lutando entre si pelos prémios de meta volante em Alcobaça e no Cadaval com uma distância que chegou a ser superior a quatro minutos do pelotão.

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Tudo ia correndo dentro da normalidade, com a distância para os primeiros a ser reduzida com o passar dos quilómetros para menos de três segundos, quando houve uma queda de três corredores na cauda do pelotão, um dos quais o segundo classificado na classificação da juventude, Pedro Miguel Lopes (Kelly-Simoldes Oliveirense). Valter Pereira, do Tavira, ainda esperou um pouco mais por outra bicicleta, ao passo que o espanhol Diego Rubio, do Burgos, entrou na ambulância e terminou uma corrida que ficou assim reduzida a 90 corredores. Também a pensar na classificação dos pontos, onde Luís Gomes liderava mas Daniel McLay tinha ainda uma palavra a dizer, a Arkéa-Samsic marcou o andamento e, a 20 quilómetros, os fugitivos estavam a um minuto.

Já com Emanuel Duarte a descolar, Willem Smit e Oier Lazkano tentavam aguentar a todo o custo o momento em que o pelotão começava a puxar mais o ritmo mas não conseguiram e “desapareceram” de um pelotão que sofreu uma queda a quarto quilómetros do fim que conseguiu manter os principais candidatos na frente sem grandes consequências, sobretudo para a W52 FC Porto que via a possibilidade de lançar Daniel Mestre e a Arkéa-Samsic que se conseguiu reagrupar para trabalhar para Daniel McLay, que repetiu a vitória da véspera ao sprint seguido de Riccardo Minali, que foi terceiro na sexta-feira e segundo este sábado. Na classificação geral, nada de novo: Amaro Antunes continua a liderar com 13 segundos de avanço de Frederico Figueiredo, seguindo-se Gustavo Veloso (1.13), João Benta (1.27), Jóni Brandão (1.37), João Rodrigues (2.00), Alejandro Marque (2.15) e António Carvalho (2.15). Já em relação aos pontos, McLay superou Luís Gomes na classificação… por um ponto.