Nas últimas três épocas, nunca o FC Porto tinha feito tantos remates num jogo. Nos últimos 11 jogos no Dragão contra o Marítimo, o FC Porto ganhou sempre. Nos últimos dois anos, nunca o FC Porto tinha sofrido três golos em casa. E também nas últimas três épocas, o FC Porto termina a terceira jornada da Primeira Liga sempre com o mesmo balanço: duas vitórias e uma derrota. Os dragões perderam pela primeira vez na história para o Campeonato em casa com o Marítimo, sofreram a primeira derrota da época e tiveram uma escorregadela que o Benfica pode aproveitar já este domingo.

Há mar e mar, há (Am)ir e voltar: e Sérgio não conseguiu chegar a bom Porto (a crónica do FC Porto-Marítimo)

Quanto ao Marítimo, para além de ter chegado à segunda vitória consecutiva na Liga, voltou a marcar três golos em casa de um dos “três grandes”: algo que não acontecia desde 2011/12, temporada em que marcou três vezes em Alvalade. Certo é que os madeirenses contam com o melhor marcador do Campeonato (Rodrigo Pinho, com quatro golos), responderam da melhor maneira às críticas feitas a Lito Vidigal pelo alegado anti-jogo em Tondela e apresentaram uma organização defensiva acima da média no Dragão. Pinho bisou, Nanu fez um grande golo e Amir defendeu uma grande penalidade, num jogo onde as individualidades da equipa acabaram por fortalecer um coletivo que já estava bem entrosado.

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Na flash interview, altura em que reconheceu que o FC Porto perdeu o jogo por “culpa própria”, Sérgio Conceição não teve medo das palavras e garantiu que a equipa precisa de “competitividade”. “Não temos de levantar a cabeça, temos de baixá-la e olhar para o que devíamos ter feito. Quem não for competitivo desta forma tem a porta aberta para sair (…) Como toda a gente viu, perdemos, foi por culpa própria. Houve falta de eficácia ofensiva, sofremos três golos em casa, não é normal. Na segunda parte tivemos ocasiões para fazer golo, não sei se a bola entra ou não, se passa a linha de golo, ainda não vi, mas tivemos ocasiões para ganhar o jogo. Para empatar já seria mau. Temos de estar sempre desconfiados do momento do adversário, de tudo o que nos deparam os jogos porque se não for assim vai ser difícil. Representar o FC Porto significa que temos de estar com esse estado de espírito. Se não for assim acontecem surpresas como esta”, acrescentou o treinador dos dragões.

“Isto parte normalmente de alguma passividade que tivemos, com bola. Tivemos posse de bola na primeira parte, mas não criámos grande ocasiões para finalizar. Sei que é difícil jogar com uma equipa em bloco baixo, em bloco baixíssimo, com 11 jogadores dentro da área, mas tínhamos de encontrar espaço. Temos de olhar para este jogo como outros em anos anteriores, que nos fazem pensar, estar alerta e desconfiados. Entrar com a camisola do FC Porto não ganha jogos, é preciso mais”, terminou Sérgio Conceição.

Já Pepe, que este sábado fez o jogo 150 pelo FC Porto e ainda se tornou o mais velho de sempre a marcar pelo dragões, superando Aloísio, concordou com o treinador. “Não foi uma questão de mérito nem demérito. Não entrámos bem, estivemos um pouco passivos. Tínhamos de entrar mais fortes, sabíamos que o Marítimo se ia fechar. O jogo esteve muito tempo parado e a nossa equipa desconcentrou-se, mas isso não pode ser desculpa. Há mérito do adversário mas tivemos oportunidade de ir para a frente do marcador. É o futebol, agora temos um jogo fora e temos condições de ir buscar estes pontos que perdemos”, explicou o central português.