A tarefa dos Miami Heat era tudo menos fácil. Sim, é certo que, entre casas de apostas e comentadores, não faltava quem tivesse a opinião de que poderiam ser o adversário mais complicado para os Los Angeles Lakers. E, na teoria, até poderia mesmo ser (sendo que antes eliminaram Indiana Pacers, Milwaukee Bucks e Boston Celtics) mas com uma nuance que convinha recordar – o vencedor da conferência Este partia de forma inevitável com um papel de underdog na final da NBA. A perder por 1-0, e como um mal nunca vem só, Dragic e Bam Adebayo foram dados como inaptos. Desfalcados, os Heat deram luta, foram guerreiros mas perderam por 124-114 o jogo 2.

Há um lance que diz muito sobre essa competitividade que a equipa de Erik Spoelstra (que já tem dois títulos de campeão, em 2012 e 2013, quando tinha LeBron James na equipa com Dwayne Wade e Chris Bosh) mostrou ao longo do encontro: Kendrick Nunn, do alto do seu 1,88m, conseguiu subir ao terceiro andar, arriscar impossível e fazer uma desarme de lançamento ao gigante Anthony Davis (2,08m), naquele que foi um dos momentos mais falados do encontro a par da palestra do veterano Udonis Haslem – que não só foi campeão com LeBron como já estava na formação vencedora em 2006 com Shaquille O’Neal, Wade, Alonzo Mourning ou Payton. No entanto, ficou curto. Sobretudo com a dupla que tem dominado a NBA a fazer uma exibição All-Star.

LeBron James ficou à beira de um triplo duplo com 33 pontos, nove ressaltos e nove assistências, Anthony Davis fez 32 pontos e 14 ressaltos. Ou seja, juntos voltaram a marcar mais de metade dos pontos dos Lakers, que tiveram ainda um contributo fundamental de Rajon Rondo, veterano base que somou 16 pontos e dez assistências – o que proporcionou a subida ao sexto lugar dos jogadores com mais assistências de sempre em finais da NBA, superando não só Steve Nash mas também um mítico jogador da ex-equipa Boston Celtics, Larry Bird.

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A duas vitórias do título que foge há dez anos e que permitirá igualar os Celtics como a equipa com mais títulos na NBA (17), a memória do malogrado Kobe Bryant continua também muito presente na equipa californiana, neste caso também por culpa do próprio equipamento negro utilizado neste jogo 2 da final, feito em memória da antiga estrela da equipa de LA e que teve o contributo de Kobe na sua conceção, sendo depois acrescentando um coração com o número 2 em memória de Gianna, uma das filhas do shooting guard que também perdeu a vida no acidente de helicóptero. Em quatro jogos com esta camisola nos playoffs, os Lakers ganharam outras tantas vezes. E este mesmo equipamento já está reservado para um eventual jogo 7 da final. Que, por este andar, não irá acontecer. “O nosso desejo é competir em nome do Kobe e deixar a sua família orgulhosa de nós”, disse LeBron.