O Grupo Volkswagen tinha tudo pensado para respeitar o limite de emissões de dióxido de carbono em 2020. A estratégia passava por comercializar umas unidades do ID.3 no final de 2019, para este ano apontar para os 150.000 veículos, o que poria o conglomerado germânico a salvo de Bruxelas que, em caso de incumprimento, vai penalizar 95€ por cada grama acima dos 95g/km, multiplicado pelo total de veículos comercializado. Uma multa impensável, mesmo para o maior grupo do mundo.

Sucede que o ID.3 enfrentou algumas dificuldades que atrasaram a produção, para depois complicações com o software limitarem a entrega aos clientes. Feitas as contas, restou às marcas do grupo alemão adquirir créditos de carbono a um fabricante que ficasse claramente abaixo da fasquia imposta por Bruxelas, como a FCA fez com a Tesla.

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Não desejando aliar-se a um concorrente, que lhe vendesse créditos de carbono por um valor inferior às multas da Comissão Europeia, os alemães optaram por fazer negócio com a MG, a marca que em tempos foi desportiva e pertença da Rover, quando esta fazia parte da Land Rover.

Hoje, a MG é um fabricante de veículos eléctricos que pertence aos chineses da Saic e estes são parceiros da Volkswagen na China, partilhando a propriedade de fábricas de onde saem veículos dos dois construtores. Isto tornou o negócio muito simples de materializar e sem grandes alaridos.

A Volkswagen anunciou a operação através do Linkedin, justificando que se trata de uma segurança adicional para garantir que não haverá lugar a multas. Ao que parece, a MG comercializou até agora 5700 veículos eléctricos desde o início do ano, desconhecendo-se quais as previsões de vendas até final de 2020, bem como os valores envolvidos no pagamento dos créditos de carbono à MG.