Na passada quinta-feira, Fernando Santos anunciou os 26 convocados para o triplo compromisso da Seleção Nacional que arranca já na quarta-feira contra Espanha. A lista do selecionador nacional acabou por confirmar a ideia de que o Wolverhampton, para além de ter a maior armada de jogadores portugueses da Premier League, tem também um núcleo duro de elementos importantes na Seleção: dos 26 nomes apresentados por Fernando Santos, cinco jogam no Moulineux.

Rui Patrício, Nélson Semedo, João Moutinho, Rúben Neves e Daniel Podence foram todos chamados para os próximos jogos da Seleção Nacional e foi o segundo, que foi também o último a chegar ao Wolves, que esta semana falou com os meios do clube sobre a transferência de Espanha para Inglaterra. Conversou sobre a influência dos outros portugueses na hora de escolher o clube, na mentalidade vencedor que levou para Wolverhampton e, claro, sobre a diferença da meteorologia entre Barcelona e a cidade inglesa.

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Nélson Semedo voltou a ser titular e ficou perto de marcar ainda durante a primeira parte

“Antes de mais, o tempo é muito diferente. A cidade também, mas claro que o clube é muito bem. O centro de treino é bom e acho que tomei uma boa decisão ao vir para cá, não só para crescer como jogador mas também como pessoa”, começou por dizer o antigo lateral do Benfica. “Muitas pessoas me influenciaram e falei com o Moutinho, com o Rúben [Neves] e com outros jogadores que também jogam cá e todos eles me influenciaram. Tenho a certeza de que vão tornar a minha adaptação muito mais fácil. Esta equipa é muito importante, não só no Reino Unido como a nível internacional, e no ano passado jogaram bem”, acrescentou Semedo, que falou depois sobre a relação com Nuno Espírito Santo.

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“Ele fala sempre em inglês connosco, mesmo nos treinos, tudo o que seja sobre os jogos e tudo isso, ele fala sempre em inglês. Mas se existir algo que não compreendemos, então aí ele explica em português. Não estou a estudar inglês neste momento mas estou a tentar melhorar. Mesmo não estando a ter aulas, estou a aprender com os meus colegas”, completou o lateral, que este domingo voltava a ser titular na receção do Wolves ao Fulham.

Contra a equipa recém-promovida à Premier League, o conjunto de Nuno Espírito Santo procurava acabar com uma das séries mais negativas das últimas épocas: até este domingo, o Wolves levava três derrotas consecutivas entre Stoke City (Taça da Liga), Manchester City (Premier League) e West Ham (4-0) e apenas três pontos conquistados no Campeonato. Talvez por isso, e pelos quatro golos sofridos na semana passada contra os hammers, Espírito Santo optava por uma abordagem mais conservadora perante o Fulham. O habitual 3x4x3 dava lugar a um 3x5x2 com João Moutinho e Adama Traoré no banco e Pedro Neto, Podence, Neves e Semedo no onze. Tudo isto também na semana em que o Wolves acabou por receber uma das notícias esperadas da temporada.

Raúl Jiménez, goleador da equipa e nome muito associado ao Manchester United nas últimas semanas, renovou contrato com o Wolves até 2024 e descansou clube e adeptos — curiosamente, numa altura em que Cavani está cada vez mais perto de ser confirmado nos red devils. “Estou contente por estar aqui e por estar neste grande clube. Desde que era miúdo que só queria jogar, só queria aproveitar tudo isto e viver e é por isso que aqui estou. Não foi preciso muita persuasão. Foi fácil para mim dizer que sim porque desde o início que era disto que estava à procura. O Wolves sempre me deu toda a confiança e a oportunidade de ser um elemento importante no ataque e era disso que estava à procura quando cheguei à Europa, por isso, estou muito feliz por continuar no clube”, disse o avançado mexicano, que este domingo também era titular ao lado de Podence na frente de ataque.

Contra o Fulham, onde Ivan Cavaleiro era titular, o Wolves acabou por ir para o intervalo sem golos e depois de uma primeira parte com poucas oportunidades — Nélson Semedo, numa recarga a um remate inicial de Pedro Neto que Areola defendeu para a frente (27′), foi quem esteve mais perto de abrir o marcador. Na segunda parte, contudo, o Wolves só precisou de pouca mais de dez minutos para desbloquear o resultado: a bola sobrou para Neto, que apareceu tombado na esquerda à entrada da grande área e rematou rasteiro para fazer o primeiro golo da partida (56′).

Moutinho entrou a 20 minutos do final para o lugar de Podence, Semedo e Neto saíram por troca com Ki-Jana Hoever e Adama Traoré e o resultado não voltou a alterar-se. Na semana em que Raúl Jiménez, o homem mais importante do ataque do Wolverhampton nos últimos anos, renovou, acabou por ser o jovem Pedro Neto a mostrar que é aposta para as próximas épocas e que continua a ser decisivo. Pelo meio, o Wolves ganhou pela primeira vez em quatro jogos, voltou às vitórias e somou mais três pontos na Premier League.