Uma equipa da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade do parlamento moçambicano vai visitar os pontos afetados pela violência armada em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

A visita, ainda sem data definida, tem em vista trazer informações da situação que se vive naqueles pontos do país e caberá à comissão, após o trabalho, a elaboração de um relatório sobre a situação que deverá ser entregue no dia 30 deste mês”, disse à Lusa uma fonte da Assembleia da República.

A província de Cabo Delgado é desde há três anos palco de ataques armados, alguns reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico, mas cuja origem continua por esclarecer. A violência provocou uma crise humanitária com mais de mil mortos e cerca de 250.000 deslocados internos.

A região deverá acolher nos próximos anos investimentos da ordem dos 50 mil milhões de dólares (42,6 mil milhões de euros) em gás natural, liderados pelas petrolíferas norte-americana Exxon Mobil e francesa Total (que já tem obras no terreno).

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Além da violência armada em Cabo Delgado, a equipa da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade deverá também visitar, no centro do país, os pontos afetados pelos ataques atribuídos a um grupo dissidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição.

Os ataques deste grupo no centro de Moçambique têm afetado estradas e povoações de Manica e Sofala, tendo provocado a morte de, pelo menos, 30 pessoas na região desde agosto do último ano.

O grupo, autoproclamado Junta Militar da Renamo e que é liderado por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha do principal partido de oposição contesta a liderança do partido e o acordo de paz assinado em agosto do último ano.