Além de quinta-feira, há outros dias. Esta terça-feira, no Museu Nacional de Arte Antiga, é um desses dias com direito a história política. No lançamento do livro Uma experiência de Social-Democracia Moderna, Aníbal Cavaco Silva defendeu mais um capítulo do seu legado — o de primeiro-ministro — e argumentou que só nos seus mandatos em São Bento é que o PSD que conseguiu aplicar este modelo. Os outros governos PSD, “anteriores ou que se seguiram”, por “vicissitudes próprias” ou “circunstâncias do país“, não “tiveram o tempo e a oportunidade para aplicar a social-democracia”, defendeu. Pedro Passos Coelho — antigo primeiro-ministro a quem deu posse duas vezes, uma delas por 21 dias — estava na assistência a ouvir, mas não quis fazer qualquer comentário no fim: “Estou fora da conversa“.
Assinalam-se esta terça-feira, aliás, precisamente 19 anos desde a segunda maioria absoluta de Cavaco Silva. Na apresentação do livro, o antigo primeiro-ministro sublinhou que o modelo que defendeu na altura é hoje mais necessário que nunca. Para Cavaco, uma “governação reformista orientada pelos valores da social-democracia moderna, é aquela que melhor serve as populações“, um modelo que se torna ainda mais necessário “tempo de pandemia”. Isto ao mesmo tempo que lembrou algumas das bandeiras da sua governação, como a “independência da comunicação social, o acesso aos cuidados de saúde, a economia de mercado, a livre iniciativa ou a justiça social”.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
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