O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta quarta-feira que enquanto houver pessoas em situação de sem-abrigo ninguém pode viver com a consciência tranquila, rejeitando que se faça de conta que não existe essa parte de Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve esta quarta-feira na inauguração do primeiro centro de recursos para sem-abrigo em Cascais, tendo aceitado o convite feito pelo presidente da autarquia, Carlos Carreiras, para apadrinhar esta casa onde começam hoje a viver seis pessoas.

A última palavra é para vocês, precisamente. Nós estamos aqui não é apenas por vossa causa, é por causa de todos nós porque enquanto houver em Portugal pessoas que tenham de viver aquilo que vocês têm vivido, nós não podemos viver com a nossa consciência tranquila, disse, dirigindo-se aos primeiros ocupantes da casa.

Para o Presidente da República, não se pode “fazer de conta que não existe essa parte de Portugal”.

“Temos aqui um desafio que não acaba. Eu cheguei a dizer que gostava de ver em 2023 o problema reduzido à sua expressão mínima. Já depois disso reconheci que de facto isso não vai ser possível. 2023 é ambicioso demais”, assumiu.

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Na perspetiva de Marcelo Rebelo de Sousa, “por muito rápida que seja a recuperação do país vão ser precisos mais um, dois, se não mais anos porque o número de pessoas aumentou brutalmente”.

É superior, provavelmente, àquilo que existia no pico da crise que não tem nada a ver com esta da pandemia, mas que envolveu o aumento do desemprego, justificou.

No final dos discursos, o Presidente da República foi questionado pelos jornalistas sobre a polémica em torno da nomeação, sob proposta do primeiro-ministro, do juiz conselheiro José Tavares presidente do Tribunal de Contas, cargo em que sucede a Vítor Caldeira.

Sabem que eu considero que a comunicação social tem de estar sempre vigilante, sempre operacional. Havendo ao fim da tarde a posse do novo presidente do Tribunal de Contas e tendo eu a oportunidade de aí dizer o que penso sobre a matéria, não quero retirar-lhes o prazer de um fim de tarde de trabalho acompanhando em Belém ou de forma mais distante aquilo que eu vou dizer sobre a matéria, respondeu, escusando-se a fazer qualquer comentário.

Perante a insistência da comunicação social, o chefe de Estado voltou a pedir para que se os jornalistas esperassem “umas horinhas” e porque nessa altura saberiam. “Eu logo explico tudo. É só esperar mais um bocadinho”, prometeu.