Três orcas terão sido responsáveis por mais de metade (61%) dos 22 incidentes com barcos ao largo da Galiza desde 10 agosto. Os encontros resultaram em algumas mazelas para as orcas e grandes sustos para a tripulação dos barcos, mas nenhuma pessoa ficou ferida nos incidentes, noticia o jornal The Guardian.

“Este tipo de interações é muito raro e não é nada a que tenhamos assistido antes”, disse Alfredo López, biólogo na associação Coordenadora do Estudo de Mamíferos Marinhos, citado pelo Guardian.

Uma equipa de investigadores portugueses e espanhóis analisou os incidentes e apresentou duas hipóteses. Primeiro, os animais podem ter interferido com os barcos (todos com 15 metros ou menos) por curiosidade e depois continuado a brincar com as embarcações por perceberem que conseguiam abrandar ou travar o movimento daquele “ser” (leia-se, o barco).

Segundo dizem, os animais podem ter tido um encontro negativo com um barco e partir daí ter começado a perseguir embarcações semelhantes ou que viajassem a velocidades equivalentes. As orcas terão percebido que interferindo com o leme conseguiam reduzir a velocidade daqueles “seres flutuantes”.

Todos os encontros aconteceram entre as duas e as oito milhas náuticas (3,7 a 14,8 quilómetros) da costa e enquanto os barcos viajavam entre cinco e nove nós (nove a 17 quilómetros por hora)”, disse o ministro dos Transportes espanhol, citado pelo Guardian.

Orcas como estas três — Black Gladis, White Gladis e Grey Gladis — costumam passar ao largo da costa galega em setembro, viajando do golfo de Cádis até à baía de Biscaia atrás dos atuns. As autoridades marítimas baniram as embarcações com menos de 15 metros até ao final de setembro para evitar os encontros com os animais marinhos, que podem chegar às seis toneladas.

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