O presidente da Federação de Pescas dos Açores (FAA), Gualberto Rita, considera que, na próxima legislatura, há que promover a “competitividade” do sector e a “coesão económica e social” das comunidades piscatórias.

Em resposta a perguntas da agência Lusa, a propósito da legislatura que vai emanar das eleições legislativas regionais de 25 de outubro, Gualberto Rita especifica que a “promoção da competitividade do sector e a coesão económica e social das comunidades piscatórias são objetivos que devem estar sempre presentes na definição das políticas da pesca para os Açores nos próximos anos”.

O sector das pescas constitui um dos pilares da economia açoriana, a par da agricultura e do turismo, gerando milhares de postos de trabalho com base numa frota pesqueira ainda muito artesanal, que tem vindo a ser reconvertida com apoios da União Europeia, usando-se artes de pesca amigas do ambiente.

Gualberto Rita refere que o sector das pescas “em todo o mundo tem sofrido com a pandemia da covid-19 e os Açores não são exceção”.

Além disso, a nossa região enfrenta novos e complexos desafios relativamente à escassez de alguns recursos piscícolas. Esta conjuntura tem tido impactos socioeconómicos de relevo nas nossas comunidades e por isso estamos preocupados com as consequências a médio e longo prazo, dado que ainda vivemos num período de grande incerteza”.

Gualberto Rita entende que há que “garantir uma exploração sustentável dos recursos, adequando os níveis de esforço da pesca à obtenção do máximo rendimento sustentável”.

Daí que defenda que “continua a ser prioritária a elaboração de um plano estratégico para o abate de embarcações e artes de pesca, que contribua para o ajuste deste esforço às diferentes realidades de cada uma das ilhas”.

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Para o dirigente da FPA, é do “interesse comum a defesa das quotas para a região, relativamente às espécies mais rentáveis para o sector, defendendo com persistência um estatuto diferenciado para as regiões ultraperiféricas”.

Gualberto Rita considerou ainda ser “muito importante para o equilíbrio socioeconómico das comunidades piscatórias regular as relações laborais entre pescadores e armadores, reduzindo a precariedade existente e proporcionando uma real equidade na distribuição dos rendimentos, contribuindo para a dignificação da profissão de pescador e da coesão social das comunidades”.

As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.

Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.

Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional desde as legislativas regionais de 2012, após a saída de Carlos César, que esteve 16 anos no poder, apresenta-se de novo a votos para tentar um terceiro e último mandato como chefe do executivo.