As autoridades de Saúde e o Governo foram avisando: o regresso às rotinas e o início do outono podiam trazer um aumento do número de casos. O que talvez não estivessem à espera é que tão cedo os números remetessem para uma situação semelhante à que se vivia em março e abril, quando o Governo teve que tomar medidas mais apertadas para conter a propagação da pandemia.

Esta sexta-feira o boletim da DGS dá conta de mais 1.394 novos casos, 12 mortes e mais 647 pessoas recuperadas. Se da análise de todos os boletins divulgados desde o início da pandemia se excluir o boletim de 10 de abril (quando foi feita uma atualização no número de novos casos e o total disparou), este é o pior dia em números absolutos de casos, com mais 1.394. Já em termos relativos, trata-se de um aumento de 1,7% do total de novos casos em relação ao boletim de quinta-feira, com o Norte a liderar no número de novas infeções.

Na região norte, esta sexta-feira foram confirmados mais 689 novos casos, depois de na quinta-feira terem sido confirmados 642. Nos dois dias são mais 1.331 casos, um número que iguala praticamente todas as semanas do mês de setembro (quando a média rondou os 1.400 casos). Mais, a semana ainda não terminou e o total de 2.706 novos casos já está ao nível das piores semanas registadas a norte.

A partir de 29 de março e até 19 de abril foram registados (2.725 novos casos — 27 a 29 março; 2.980 novos casos — 29 março a 5 abril; 3.217 novos casos — 5 a 12 de abril  e 2.177 novos  casos — 12 a 19 de abril) semanalmente quase tantos casos como nos últimos seis dias. Mantendo-se a tendência dos dois últimos dias com aumentos na casa dos 600 novos casos esta poderá mesmo tornar-se a semana com maior número de novos casos a norte desde o início da pandemia.

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Quanto às boas notícias: desde 24 de maio, quando foi feita uma atualização no número de recuperados (com o total desse dia a chegar quase aos 10 mil) que não se registava um número tão grande de casos recuperados em 24 horas: 647 pessoas recuperaram da Covid-19 desde a primeira hora de quinta-feira até às 00h desta sexta-feira.

Número de internados aproxima-se de valores de maio

Os números de doentes internados continuam a aumentar. Segundo o boletim desta sexta-feira estão internados um total de 811 doentes (mais 10 que no boletim de ontem), sendo que 125 estão internados em unidades de cuidados intensivos (também mais 10 que ontem) em todo o país.

Desde 10 de maio que não havia tantos doentes internados nos hospitais (eram 797 doentes internados, dos quais 112 estavam em unidades de cuidados intensivos).

O número de casos ativos é uma das variáveis que continua a aumentar. São esta sexta-feira mais 735 do que na quinta-feira. Contabilizando o número de óbitos (12) e de casos recuperados (647) nas últimas 24 horas, há agora mais 735 casos ativos, num total de 29.702. Desde 17 de agosto que o número de casos ativos tem vindo diariamente a subir, sendo que só encontra paralelo — ainda assim em números bastante superiores — no mês de maio quando havia, por exemplo a 17 de maio 23.182 casos ativos. Desde então o número vinha a descer, mas a meio de agosto voltou à tendência de subida que não tem parado.

No que diz respeito a esta sexta-feira, além dos mais de 1.300 novos casos confirmados, as autoridades de saúde têm ainda desde ontem mais 1.539 novos casos sob vigilância, fixando o total de pessoas sob vigilância em 47.721.

Mortes: uma mulher entre os 60 e os 69 anos, os restantes 11 foram idosos com mais de 80 anos

No que diz respeito aos 12 mortos registados em 24 horas vítimas da Covid-19, oito na região de Lisboa e Vale do Tejo, um no Centro e três na região Norte, tinham quase todos mais de 80 anos. Apenas uma mulher, na casa dos 60 aos 69 anos perdeu a vida com menos de 80 anos.

Morreram dois homens octagenários e nove mulheres também na mesma faixa etária em 24 horas, infetados com a Covid-19. A taxa de letalidade global da Covid-19 em Portugal situa-se atualmente na casa dos 2.4%.