O Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) rejeitou esta sexta-feira a possibilidade de contratar pessoal sem formação adequada no serviço de análises clínicas, face à sobrecarga de trabalho resultante da Covid-19, indicou o Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica.

“Aquilo que temos como certo é que não será admitido ninguém que não tenha a qualificação necessária para o laboratório”, disse o vice-presidente do sindicato, Fernando Zorro, após reunião com o conselho de administração do Sesaram, no Funchal. E reforçou: “Há a garantia de que isso não vai acontecer. Neste momento, não temos razão para não acreditar na palavra do conselho de administração”.

O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) solicitou a reunião, considerando a possibilidade de uma eventual reestruturação dos Serviços de Patologia Clínica e de Sangue e Medicina Transfusional, nos quais operam 60 técnicos, ser efetuada sem ter em conta as “necessidades dos profissionais de saúde”.

“Havia, hipoteticamente, a vontade de admitir outros técnicos sem a qualificação adequada para exercer esta atividade”, disse Fernando Zorro, esclarecendo que obteve da administração o compromisso de que isso não vai acontecer.

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O sindicalista destacou, no entanto, a necessidade de reforçar o grupo profissional dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, não só para fazer face à pandemia de Covid-19, mas também a “todas as necessidades reais”.

“O Sesaram disse que espera autorização da vice-presidência [do Governo Regional] para avançar com a contratação de mais um técnico superior para a área de análises clínicas já na próxima segunda-feira”, referiu.

Segundo dados oficiais, a região autónoma contratou 64 técnicos superiores entre 2017 e 2019, dos quais 16 para o serviço de análises clínicas, sendo que atualmente exercem funções no Sesaram cerca de 400 profissionais de diagnóstico e terapêutica.

O laboratório de Patologia Clínica do Serviço de Saúde da Madeira já processou 124.224 amostras para teste de PCR desde o início da pandemia, sendo que a região registava na quinta-feira 263 casos confirmados de covid-19, dos quais 87 ativos.