Depois de um título nacional que ficou por atribuir em 2019/20 devido à pandemia (além do europeu, onde mais uma vez as equipas portuguesas teriam uma palavra a dizer), o Campeonato de hóquei em patins arrancou para a nova época a todo o gás com dois jogos grandes logo nas jornadas inaugurais. Na primeira, de forma surpreendente pelos números em causa, o Benfica goleou o FC Porto por 7-3, seguindo-se um triunfo na sempre complicada ida a Viana frente ao Juventude (7-4); na segunda, o Sporting derrotou em casa a Oliveirense por 2-1, já depois de uma vitória complicada na deslocação a Almeirim frente ao Tigres (4-3). Seguia-se o dérbi.

Seis meses depois, o hóquei em patins voltou: e o Benfica venceu o FC Porto na Luz no arranque do Campeonato

Com os rivais lisboetas na frente da classificação a par de Valongo e Óquei de Barcelos, as únicas equipas só com triunfos já nesta fase, o duelo no Pavilhão da Luz era aguardado com especial expetativa para se perceber qual dos principais candidatos ao título conseguiria distanciar-se na dianteira da prova num dérbi entre equipas com poucas alterações em relação à última época: os encarnados perderam Casanovas (que acabou a carreira) e Jordi Adroher (Liceo), reforçando-se com Sergi Aragonés (Noia) e Danilo Rampulla (que esteve emprestado ao HC Braga), os verde e brancos viram sair Caio (Trissino) e Raúl Marín (Reus) e recuperaram Alvarinho e Gonçalo Nunes, que tinham estado cedidos ao Óquei de Barcelos. No final, as equipas não foram além de um empate (1-1).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O encontro não começou com especiais cuidados mas as oportunidades não foram tantas como tem sido normal nos últimos dérbis. Em termos globais, o Benfica defendeu um pouco mais subido do que o Sporting, teve bons lances com Ordóñez e Nicolia, mas foram os leões, sempre muito atentos para impedir transições mais rápidas, que beneficiaram da chance mais flagrante dos 12 minutos iniciais com Pedro Henriques a travar o remate do isolado Toni Pérez. Foi nessa fase, a meio da primeira parte, que apareceu o primeiro desconto de tempo. Não só não havia golos como até número de faltas é semelhante (cinco). E Ângelo Girão manteve pouco depois esse nulo, numa fantástica intervenção a adivinhar o passe antes de Diogo Rafael poder encostar para golo na área.

A defesa encarnada impedia que os leões pudessem criar oportunidades de remate mais próximas da sua baliza mas o espaço que ficava no quadrado podia também ser aproveitado como Pedro Gil conseguiu, acertando no poste após jogada individual. O lance de maior perigo até esse momento, numa fase onde o Benfica até parecia estar a começar assumir mais o encontro, deu o mote para mais uma oportunidade flagrante dentro do mesmo minuto (18′), com Toni Pérez a desperdiçar um penálti após falta sofrida por João Souto. Alejandro Domínguez não gostou desse período e parou também ele a partida, vendo pouco depois Sergi Aragonés obrigar Girão a mais uma defesa apertada, mas nem outro desconto de tempo de Paulo Freitas impediu o nulo ao intervalo.

Os encarnados chegavam ao intervalo com mais do dobro de remates (18-8) e uma falta a mais (7-6) mas tinha sido o Sporting a beneficiar dos dois lances mais flagrantes, sendo que Ângelo Girão (e Zé Diogo, que entrou de forma momentânea por lesão do internacional português) levavam 11 defesas contra três de Pedro Henriques. Todavia, foi de novo o conjunto leonino a beneficiar de nova oportunidade flagrante, numa grande penalidade sobre Gonzalo Romero muito contestada pelo Benfica que Alessandro Verona aproveitou para inaugurar o marcador (28′). Os visitados tinham de assumir mais o encontro, aumentaram a pressão defensiva, subiram as linhas de pressão e Pedro Henriques manteria o resultado na desvantagem mínima defendendo outro penálti de Verona (32′), antes de Lucas Ordóñez sacar um lance de génio onde deixou Toni Pérez no chão e fez o empate 1×1 frente Girão (35′).

O dérbi estava decididamente aberto, com o Benfica logo no minuto seguinte a falhar um livre direto por Valter Neves após a décima falta dos verde e brancos e Ferrant Font a desviar isolado ao lado na resposta. A dez minutos do final, e ao contrário do que se passara na primeira parte, o encontro caí numa toada de parada e resposta, estava mais partido e fazia antever o golo que podia cair para os dois lados, sendo que os leões ainda chegaram a celebrar num lance de Platero não validado pelos árbitros com Pedro Henriques a tirar a bola na linha de costas. Os guarda-redes seriam mesmo as grandes figuras do dérbi até ao final, que terminou com os mesmos remates na segunda parte para os dois lados (9-9) mas mais defesas de Ângelo Girão (7-4).