O presidente do CDS/Paredes, José Miguel Garcez, responsabilizou o PS e o PSD daquele concelho do distrito do Porto “pelos preços insustentáveis que os munícipes pagam pelo consumo de água e serviços de saneamento”.

Segundo o líder dos centristas de Paredes, que é citado num comunicado enviado à Lusa, “o PSD concessionou a água em vez de manter os serviços sob tutela do município” e “o PS, há três anos no poder, só agora, por motivos eleitoralistas, quer tapar o sol com a peneira”.

“Se os socialistas estivessem interessados em resolver o problema, coisa que prometeram como prioridade na campanha eleitoral, não esperavam pelas vésperas das eleições”, reforça o dirigente do CDS.

A assembleia municipal reúne-se na terça-feira, a pedido do PSD, que também é oposição, para analisar a rescisão do contrato de água e saneamento do concelho, depois de a maioria socialista ter aprovado, em reunião de câmara, o resgate da conceção.

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O PSD/Paredes está contra aquela decisão por entender que vai penalizar o concelho em mais de 50 milhões de euros.

“Temos de salvaguardar os interesses de Paredes e sermos intransigentes no que está contratualizado. A ‘Be Water’ [empresa concessionária] só tinha de cumprir a parte dela. Se está em incumprimento com todos os paredenses, obviamente a câmara tem de reclamar aquilo a que a empresa está obrigada, nada mais do que isso”, considera o presidente da concelhia social-democrata, Ricardo Sousa.

Em setembro, a Câmara de Paredes anunciou que vai resgatar o serviço de água e saneamento que concessionou a uma empresa privada em 2001, operação orçada em 22,5 milhões de euros, suportada por financiamento bancário.

O presidente da câmara, Alexandre Almeida (PS) justificou que a decisão decorre do facto de a autarquia não estar satisfeita com o serviço prestado pela concessionária “Be Water – Águas de Paredes”, sobretudo, sublinhou, por não estarem a ser feitos os investimentos necessários para alargar as duas redes no concelho às zonas que carecem desses serviços essenciais.

É intenção da câmara, após o resgate, criar o Serviço Municipal de Água e Saneamento (SMAS), que existia antes da concessão, ao qual caberá gerir e alargar os sistemas de abastecimento de água e saneamento básico.

Há, do lado da banca, segundo o presidente da câmara, disponibilidade para o financiamento dos 22,5 milhões de euros do resgaste, a serem amortizados pelo município, no período de 20 anos.

Contudo, Para José Miguel Garcez, do CDS, a gestão socialista da autarquia “revelou durante estes três anos de mandato incapacidade para renegociar a concessão”.

Garcez recorda que o presidente refere que “o resgate ficará por 25 milhões” de euros, mas, de acordo com o CDS, aquela operação, no fim do processo, até poderá custar o dobro ao município.

O presidente centrista de Paredes conclui: “O PSD vendeu mal, o PS vai comprar sem olhar a custos. Há uma terceira via, a da negociação que, verdadeiramente, o PS nunca quis fazer. Vai atirar a solução para depois das eleições e depois fica tudo como dantes”.