Uma inspetora do SEF, dois funcionários da Autoridade Tributária e dois da Segurança Social vão ser acusados pelo Ministério Público por alegado envolvimento em rede que traficou vistos de entrada ilegal no país. A acusação, avançada pelo Diário de Notícias, diz que neste esquema milhares de imigrantes – sobretudo paquistaneses, indianos, nepaleses e brasileiros – compraram vistos de entrada para Portugal e obtiveram a nacionalidade portuguesa de forma irregular.
Esta foi, segundo o Diário de Notícias, uma investigação coordenada pelo Ministério Público (MP) que levou a acusação a 52 arguidos, dos quais sete empresas.
Há cerca de um ano foi noticiado que o fisco tinha denunciado, em 2017, suspeitas de corrupção na legalização de imigrantes que levaram à detenção de uma inspetora do SEF, quatro funcionários da Segurança Social e das Finanças e três advogados. Essas detenções ocorreram numa mega-operação de buscas realizada na manhã de 15 de outubro de 2019.
Nessa altura, em comunicado, a PJ esclareceu que no âmbito da operação, denominada “Rota do Cabo”, foram feitas dezenas de buscas e de detenções, tendo sido detidos vários indivíduos, entre os 28 e os 64 anos, com “vastos antecedentes criminais e com ligações a redes internacionais que determinam e controlam os fluxos migratórios irregulares com origem em diversos países da Ásia Meridional e África”.