Depois de ter garantido em Castelo Branco na véspera que tudo fará para que o próximo mandato, o último no clube (como voltou a reforçar), seja o mais ganhador desde que chegou à Luz, apostando ainda mais na vertente desportiva entre futebol e modalidades para aumentar o número de títulos, Luís Filipe Vieira passou este sábado pela Casa do Benfica de Viseu, onde apontou baterias no discurso à importância da parte do negócio para que os encarnados possam depois der fundos para investir em infraestruturas e na própria formação, recordando a figura do antigo vice para o património, Mário Dias, na projeção do novo estádio da Luz, nascido em 2003.

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“Tenho uma história no Benfica. Ninguém a pode apagar. Pelo caminho, houve alguns erros. Ao longo destes anos a família benfiquista voltou a ser feliz e a ter orgulho. Um dos temas principais a que nos propusemos foi agregar novamente a família benfiquista. Foi o que fizemos, quando eu e o Mário Dias nos envolvemos na construção do estádio. Ninguém acreditava. É bom que se lembrem do nome deste homem: Mário Dias. Aquele estádio existe graças à teimosia dele, que nunca desistiu. Tenho pena que não esteja aqui connosco, mas está gravemente doente. Nos próximos quatro anos o grande objetivo é desportivo, nas modalidades e futebol: ganhar, ganhar, ganhar e nunca descurar a formação como as pessoas podem dizer”, salientou o atual líder das águias.

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“Às vezes vejo notícias e nem sei em que clube estou, se no Carcavelinhos… Logicamente que o Benfica tem um diretor desportivo, um diretor geral do Benfica Campus, um diretor técnico, um líder de scouting, um scouting de formação, um CEO, um presidente, quem estiver atento sabe quem são. É um clube ganhador, que forma. Quando se diz que o Benfica tem de ser vitórias e não um negócio… Se não houver negócio, nada temos, não há infraestruturas, não há formação, não há nada, é impossível. Como é que abordam o Benfica com uma leviandade desta natureza?”, atirou numa resposta aos adversários, prosseguindo: “Nunca permiti que o Benfica fosse gerido de fora para dentro e esta maneira de liderar incomoda muita gente. O Benfica precisa sempre de um líder empreendedor, está à vista de todos os resultados que temos e onde colocámos o clube”.

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João Noronha Lopes passou pela Bairrada e por Abrantes, voltando a deixar o apelo para que Vieira aceite um debate com os restantes candidatos e abordando uma entrevista recente do presidente dos encarnados à SIC, quando disse que o Benfica terá de ser preparado para a sua sucessão… daqui a quatro anos.

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“O Benfica está farto de promessas não cumpridas e de falta de ambição desportiva e precisa de escolher entre dois projetos. De um lado está Luís Filipe Vieira, que fala do passado, não lança ideias novas. Um projeto que quando vai às Casas do Benfica não responde aos sócios. Que se recusa a debater com todos os candidatos. De um candidato que diz algo inacreditável como ‘Não são uma eleições quaisquer que vão decidir o meu sucessor’. Desde quando é que o Benfica vive como uma monarquia em que se deve decidir um príncipe herdeiro? Nenhum, repito, nenhum presidente do Benfica disse alguma vez que o seu sucessor não pode ser decidido numa eleições quaisquer. Isto denota a tremenda falta de respeito de Luís Filipe Vieira pelos sócios e a visão que tem sobre o clube. Uma visão assente num só homem e não nos sócios como donos do clube”, apontou.

“Chegámos ao fim de um ciclo, de um modelo de liderança. O que prometo? Ambição, credibilidade e transparência”, diz Noronha Lopes

“Tenho um projeto que reconhece o que foi feito,mas projeta o futuro. Tenho um programa com quase 90 medidas com a criação de uma estrutura profissional para o futebol, assente numa visão de longo prazo, que reforça o ecletismo, que coloca os sócios no centro da vida do clube, que reforça a transparência e que tem uma visão clara para a internacionalização da marca Benfica. Sou um candidato que ouve os sócios, que responde a todas as perguntas, que exige debate com todos os candidatos, incluindo Luís Filipe Vieira. O Benfica não pode ter um presidente que sente o seu próximo mandato como um fardo, isso é mais um sinal que o ciclo chegou ao fim. Não estou preso ao passado. Quero construir o futuro, tenho um projeto e sei como construir o sucesso”, concluiu.