Por múltiplas razões, o dia ia ser sempre especial para Fernando Santos. Podia ser mais, podia ser menos, ia ser sempre especial. No entanto, a triste notícia da morte de Ângelo Martins, bicampeão europeu pelo Benfica que foi 20 vezes internacional pela Seleção, conhecida poucas horas antes do início do França-Portugal, acabou por marcar a antecâmara do encontro também para o próprio selecionador. “É um enorme pesar para mim. Foi o meu primeiro treinador. Devo-lhe muito e tenho enorme simpatia e amizade por ele. Que Deus tenha a sua alma em paz”, disse na zona de entrevistas rápidas, depois de ter feito a análise ao nulo no jogo no Stade de France.

Aquele golo de Eder deu mais do que um troféu, deu um título. Chama-se respeito (a crónica do França-Portugal)

“Foi um jogo muito equilibrado. Os jogadores estiveram sempre um pouco cautelosos, principalmente em termos ofensivos. Não acho que tenha havido excesso de respeito das duas equipas, são jogadores de grande qualidade e o jogo aconteceu assim. Não foi muito rápido, foi de domínios repartidos. Faltou uma dinâmica mais agressiva na procura do golo neste jogo, para ambas as equipas. Descontente? É daqueles jogos em que queremos mais…”, referiu, antes de colocar a Croácia também na luta pelo apuramento para a fase final da Liga das Nações.

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“Não me parece que tenha sido o que os treinadores desenharam para o jogo, pelo menos da minha parte não foi. Pedimos que se soltassem, que houvesse criatividade, explosão e as duas equipas quiseram mais jogar no pé, jogar próximo…”, salientou, prosseguindo: “A Croácia ganhou hoje [2-1 à Suécia] e também está na luta, vai receber Portugal e França. Não pode ser esquecida, continua ainda a contar no grupo”.

Nesta altura, Portugal e França lideram o grupo 3 da Liga A da Liga das Nações com sete pontos, mais quatro do que a Croácia, antes de uma jornada na próxima quarta-feira onde a França joga em Zagreb e Portugal recebe a Suécia em Alvalade. E com outra curiosidade: em nove jogos disputados até ao momento na competição, a Seleção é a única equipa que não perdeu na competição, somando seis vitórias e três empates. E esse é apenas mais um registo com a chancela de Fernando Santos, que se tornou esta noite o técnico com mais jogos por Portugal.

Exatamente seis anos depois da estreia, contra o mesmo adversário (França) e no mesmo estádio (Stade de France, em Paris), Fernando Santos chegou ao 75.º encontro no comando da Seleção, mais um do que Luiz Felipe Scolari. Mais um recorde que se junta ao número de títulos (dois, os únicos alcançados por Portugal nos seniores) e de vitórias (46). Portugal somou ainda nessa fase 18 empates e 11 derrotas, sendo que a maioria aconteceram em jogos particulares, contando-se pelos dedos de uma mão os desaires registados em encontros oficiais. Em paralelo, e num outro dado estatístico, a Seleção não sofreu golos em mais de metade dessas partidas (39 em 75, total de 52%).