O cabeça-de-lista do PPM por São Miguel nas eleições regionais dos Açores manifestou-se esta segunda-feira preocupado com os elevados custos para estudar na universidade da região, defendendo a disponibilização de alojamento local para os alunos e a redução das propinas.

“É preciso tomar medidas concretas para que o jovem açoriano possa estudar em São Miguel, a um custo mais baixo do que ter de se deslocar para o continente. Nesse caso, vão acabar por formar família e por não regressar à região”, afirmou Paulo Margato, sublinhando que se assiste a “uma morte lenta” do “tecido licenciado e da Universidade” em São Miguel.

À saída de uma reunião com a Associação Académica da Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, o candidato frisou que hoje em dia “é mais barato para qualquer jovem açoriano estudar no continente do que nos Açores”, pelo que defendeu uma “majoração económica ao estudante”.

“Ao invés de andarmos a pensar o que fazer com o inevitável da queda da ocupação do alojamento local, porque não transformá-lo para que os estudantes comecem a utilizá-lo como habitação”, afirmou o candidato, acompanhado pelo líder nacional do Partido Popular Monárquico, Gonçalo da Câmara Pereira, que não prestou declarações aos jornalistas. Apontando os “elevados” custos que os estudantes açorianos têm com os transportes e a habitação, o candidato propôs ainda uma “diminuição percentual” das propinas, passando o Governo Regional “a financiar” uma parte do valor.

Durante esta ação do segundo dia de campanha para as eleições de 25 de outubro, Paulo Margato lançou ainda críticas ao CDS, CDU e Bloco de Esquerda, partidos que acusou de falarem em voto útil ” quando já falam de uma coligação com o PS”, que governa a região há 24 anos. “Já entregaram o voto que ainda não lhes foi dado ao PS. Já se fala que vão viabilizar um governo minoritário. Ainda não foram eleitos e já falam em negociatas”, criticou.

Nas últimas legislativas regionais dos Açores, em 2016, o PPM conseguiu um mandato, elegendo o líder regional do partido, Paulo Estêvão, pela círculo do Corvo, com 86 votos. Ao todo, são 13 as forças políticas que se candidatam aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Nas anteriores legislativas açorianas, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos). O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um. O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.

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