O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, defendeu esta segunda-feira a necessidade de o Estado contratualizar com o setor particular e social “todos os meios necessários” para que cada doente em Portugal tenha a assistência médica de que precisa.

É urgente que o Estado consiga contratualizar com o setor particular e social todos os meios necessários para que cada doente em Portugal tenha a assistência médica de que precisa”, afirmou o dirigente do CDS-PP.

Francisco Rodrigues dos Santos, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, para conhecer a aplicação ‘Stayaway Covid’, defendeu a necessidade de “atuar não só a nível da prevenção, mas da capacidade de resposta”.

“É obrigatório que o próximo Orçamento de Estado diga de uma vez por todas que em Portugal não podemos ter uma ministra do SNS. Temos de ter uma ministra da Saúde e que esta insistência séria em utilizar o SNS como pau para toda a obra, com manifesta incapacidade de recursos, está a ter efeitos trágicos na saúde dos nossos doentes, que está a levar ao aumento da mortalidade sem precedentes no nosso país”, destacou.

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O dirigente considerou por isso fundamental a contratualização do Estado com as entidades do setor particular e social, essencialmente, para garantir consultas de especialidade para todos os doentes, iniciar um programa “rápido e célere” para recuperar as listas de espera de cirurgias e uma coordenação “sistemática em rede” entre os hospitais, sejam públicos ou privados.

“O que vimos nesta pandemia é que os doentes não Covid-19 estão a ser desprovidos de assistência médica, precisamente, porque o SNS não tem recursos suficientes para dar resposta à pandemia e a todas as respostas gerais“, salientou o presidente do partido.

Francisco Rodrigues dos Santos, que esteve esta segunda-feira no INESC TEC para conhecer a aplicação de rastreio ‘Stayaway Covid’ salientou a utilidade deste recurso tecnológico.

“Esta aplicação foi fundamental para que tenhamos a consciência de que todos nós estamos vulneráveis (…) tornou-se muito útil para quebrar as cadeias de transmissão, compatibilizando a privacidade com deveres de saúde pública às necessidade de travar uma propagação descontrolada por Covid-19″.

A aplicação móvel, lançada no dia 1 de setembro, permite rastrear, de forma rápida e anónima e através da proximidade física entre ‘smartphones’, as redes de contágio por Covid-19, informando os utilizadores que estiveram, nos últimos 14 dias, no mesmo espaço de alguém infetado com o novo coronavírus. A sua instalação é voluntária.

Desde o seu lançamento, a aplicação já foi instalada em mais de 1,42 milhões de ‘smartphones’ e já foram inseridos na aplicação 108 códigos.

Estes códigos são atribuídos pelo médico na plataforma ‘Trace Covid’ sempre que um utente testa positivo para o novo coronavírus e podem ser introduzidos na aplicação de rastreio para alertar todos os contactos de risco recentes que também utilizem a ‘StayAway Covid’.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e setenta e sete mil mortos e mais de 37,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.080 pessoas dos 86.664 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.