A obras da fase C do Hospital de Vila Nova de Gaia estão contempladas no Orçamento do Estado para 2021, revelou esta segunda-feira o presidente da câmara, adiantando que a tutela garantiu 42 milhões de euros “distribuídos por dois anos”.

“É uma notícia extraordinária. A senhora ministra teve a amabilidade de me ligar há pouco para contar que no nosso hospital de Gaia a fase C [do plano global de obras], está contemplada nos 180 milhões de euros para a área da saúde. Estão garantidos 42 milhões de euros na rubrica plurianual 2021/2022 dos 180 milhões para a saúde”, disse o presidente da câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.

O autarca, que falava no período antes da ordem do dia da reunião camarária que decorreu esta tarde, descreveu a novidade como “maravilhosa” e frisou que em causa estão obras “muito ambicionadas” e pelas quais “muito se lutou”.

“O Orçamento do Estado tem outros hospitais em destaque, mas Gaia não foi esquecida (…). Não podíamos estar mais felizes. Em 2021 o hospital vai ter dotação orçamental”, referiu Eduardo Vítor Rodrigues (PS).

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Também no período antes da ordem do dia e em comentário a este anúncio, o vereador do PSD, Cancela Moura, congratulou-se com “a boa novidade que surge após várias vicissitudes ocorridas em fases anteriores” e desejou que “o calendário seja cumprido”.

Em causa está a face C de obras, integrada no Plano de Reabilitação Integrado do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E). Este plano tem três fases previstas, tendo como “principais objetivos centralizar serviços, organizar o Hospital Eduardo Santos Silva [em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto] de modo a possibilitar a ligação entre os três pavilhões principais e qualificar e redimensionar alguns serviços, nomeadamente o Serviço de Urgência”, conforme descreveu em janeiro o Ministério da Saúde em resposta enviada à Lusa.

Na fase C “será possível integrar os serviços da unidade 02 na unidade 01, concentrar os serviços de internamento num único núcleo central, sem qualquer dependência de transportes para o doente internado, bem como aumentar a capacidade instalada do bloco operatório e garantir condições de dignidade, segurança e conforto do doente internado”, acrescentou a tutela. O CHVNG/E tem três unidades, as quais incluem uma localizada em Espinho e o Centro de Reabilitação do Norte, uma estrutura localizada em Valadares de âmbito regional.

Já em Vila Nova de Gaia existem as unidades 1 e 02, a primeira conhecida do Hospital Eduardo Santo Silva, localizada junto ao Monte da Virgem, e a segunda conhecida por antigo Hospital Distrital de Gaia, junto ao tribunal, no centro da cidade.

“E isto não significa apenas o fim de um processo, o das obras, mas sobretudo o início de uma nova aposta. Poderemos avançar para negociações com a Santa Casa de Misericórdia [proprietária do edifício que acolhe a unidade 02] para ali instalar uma unidade de Cuidados Continuados. E dessa forma, o hospital de Gaia teria dois braços que o diferenciariam na região: a reabilitação e os cuidados continuados“, disse Eduardo Vítor Rodrigues já à margem da reunião de esta segunda-feira.

O autarca adiantou a disponibilidade da autarquia “caso o Ministério e a Santa Casa assim o queiram” para gerir essa unidade.

As obras da face C do CHVNG/E incluem a transferência de serviços do centro para o Monte da Virgem, nomeadamente ortopedia, ginecologia/obstetrícia, pediatria, neonatologia, entre outros.

Em janeiro, na resposta à Lusa, o Ministério da Saúde precisou, ainda, que a fase A, no valor de aproximadamente 13 milhões de euros, está concluída e consubstanciou-se na construção de um novo edifício hospitalar, incluindo a sua ligação aos pavilhões, acabamento parcial do serviço de radiologia e aquisição de alguns equipamentos.

Quanto à fase B, esta inclui a nova urgência que abrirá “em breve” estando atualmente a aguardar a chegada de equipamentos, um processo de receção que a pandemia da Covid-19 atrasou, justificou o presidente do conselho de administração do CHVNG/E, Rui Guimarães, na quarta-feira, em declarações à agência Lusa. A nova urgência do CHVNG/E terá cerca de 5.000 metros quadrados, enquanto a atual tem 1.900.

Também na quarta-feira, Rui Guimarães, revelou que conta abrir em novembro a nova unidade de cuidados intensivos, obra orçada em 3,3 milhões de euros que fazia já parte da face C do plano de obras do CHVNG/E, mas foi antecipado ao surto epidemiológico do novo coronavírus. Esta unidade terá, numa lógica de “open space” (espaço aberto), 18 camas de nível 3 e 10 de nível 2, estas com a passibilidade de passar ao nível superior se necessário.