O PCP criticou esta segunda-feira o “inqualificável atraso nos compromissos assumidos pelo Governo” para a construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, e argumentou que “não basta a colocação” do projeto “em Orçamento do Estado”.

“Não basta a colocação em Orçamento do Estado (OE), é necessário dar sequência aos diversos procedimentos necessários para que o projeto arranque sem mais demoras”, reclamou a Direção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCP, em comunicado enviado esta segunda-feira à agência Lusa.

Segundo a nota de imprensa, a construção do novo Hospital Central do Alentejo foi um dos assuntos abordados na reunião da DOREV realizada no último sábado, criticando a estrutura “o inqualificável atraso nos compromissos assumidos pelo Governo do PS para a construção” desta unidade hospitalar.

“Este atraso, que urge ser suprido, revela a falta de vontade política do presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo”, José Robalo, acusam os comunistas.

O responsável da ARS “tudo tem feito para contornar esta necessidade” do avanço do projeto, “por todos reconhecida e há muito justamente reclamada”, disse a DOREV, afiançando que a adjudicação das obras “só será uma realidade face à ação desenvolvida pela população, pelos profissionais e traduzida na proposta e iniciativa do PCP”, à qual “o Governo precisa dar resposta”.

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De acordo com a versão preliminar da proposta de OE para 2021, a que a Lusa teve esta segunda-feira acesso, o Governo destina uma verba de quase 26 milhões de euros para os trabalhos de construção do novo Hospital Central do Alentejo, no próximo ano.

“Em 2021, o Governo dá prossecução aos trabalhos de construção do Novo Hospital Central do Alentejo, num valor de 25.868.861,24 euros” pode ler-se na versão preliminar da proposta do OE2021.

O projeto do hospital, que vai “nascer” num terreno na periferia da cidade de Évora, envolve um investimento total superior a 180 milhões de euros — 150 milhões de investimento, incluindo 40 milhões de apoios comunitários, e 23% de IVA -, prevendo-se que esteja concluído em 2023.

O concurso público da empreitada foi ganho pelo grupo espanhol Aciona e, no passado dia 23 de setembro, na Assembleia da República, o presidente da ARS do Alentejo assegurou que a adjudicação das obras deverá ocorrer até ao final do ano.

Nesse dia, na comissão parlamentar de Saúde, José Robalo foi confrontado pelos deputados sobre atrasos verificados na adjudicação, que têm motivado críticas de partidos políticos e da Câmara de Évora.

O responsável explicou que a demora se deveu a uma “diferença em relação ao cronograma financeiro que a ARS tinha projetado” e aos efeitos da pandemia de Covid-19, mas frisou que o processo vai ficar concluído até ao final do ano.

No comunicado divulgado esta segunda-feira, ainda na área da Saúde, a DOREV do PCP disse também que “persistem injustificáveis realidades que urgem ser alteradas”, como “postos médicos que continuam encerrados, consultas não presenciais, atendimentos à porta ou os atrasos de consultas, tratamentos e exames de diagnósticos”.

“O Governo precisa de dar resposta à carência de profissionais e outros meios”, em especial para melhorar “as condições da urgência pediátrica” do Hospital do Espírito Santo de Évora, “assim como outras valências hospitalares, para que não sejam postas em causa” as prestações de serviços, disse, exigindo a contratação de médicos e criação de condições para a sua fixação.