O embaixador de Portugal no Reino Unido, Manuel Lobo Antunes, considerou esta segunda-feira que a rádio criada recentemente em Londres para a comunidade portuguesa no país pode ser um canal de informação “fundamental” durante a pandemia da Covid-19.

Temos tido oportunidade de passar informação e esclarecimentos através de reuniões presenciais. Isso não vai ser mais possível nesta situação. Podemos difundir essas mesmas mensagens, informações e esclarecimentos através da rádio, que chega a muito mais pessoas”, disse à agência Lusa.

O diplomata descerrou esta segunda-feira uma placa comemorativa nas instalações da Rádio Portuguesa UK, criada em junho, e que visitou cerca de quatro meses após o início das emissões.

“É uma iniciativa excelente. É muito importante porque liga os portugueses. É uma referência cultural para os portugueses que aqui vivem. Os portugueses sentem-se acompanhados, ouvem a sua música, ouvem debates sobre problemas que são importantes por eles”, acrescentou.

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As autoridades portuguesas estimam que vivam no Reino Unido cerca de 400 mil portugueses.

Segundo um dos fundadores, João Carlos Faneca, a rádio tem atualmente cerca de 20 mil ouvintes diários, mas em certos diretos transmitidos pelas redes sociais pode chegar aos 100 mil ouvintes, sobretudo no Reino Unido, mas também em França, Estados Unidos, Luxemburgo, Suíça ou Canadá.

Chegamos a 53 países diariamente. Temos já ouvintes fiéis que todos os dias nos mandam mensagens. Ficámos surpreendidos como é que em poucos meses conseguimos ter tanta gente a ouvir-nos”, admitiu à Lusa.

O programa mais popular é o “Roda de Amigos”, transmitido de manhã, que ele próprio anima juntamente com Sérgio Campos e a brasileira Carolina Bianchini, mas outros também são muitos escutados, como os debates sobre futebol ou os consultórios sobre questões jurídicas ou de saúde.

A advogada Selma Martins disse que recebe muitas solicitações sobre matérias de registo civil e imigração, nomeadamente a dificuldade de mães solteiras conseguirem registar os filhos junto do consulado português e obter documentos de identificação.

“É um problema constante. No Reino Unido elas têm automaticamente o poder parental, mas em Portugal precisam da autorização também dos pais, e isso cria um conflito”, disse.

Questões relacionadas com a saída do Reino Unido da União Europeia ou a crise económica criada pela pandemia Covid-19 são outros temas frequentemente abordados.

Num tom mais leve, é feito o programa “As Tias e o Querido”, em que Sónia Xavier discute com Marisa Xavier e Fábio Nóbrega as “fofocas” sobre as personalidades portuguesas que enche a imprensa “cor-de-rosa”.

É o que as pessoas gostam. Aqui é difícil receber revistas e toda a gente gosta de saber as últimas notícias. A nossa primeira convidada foi a Lili Caneças”, contou Sónia Xavier.

A emissão pode escutar-se através da página da Internet e das aplicações próprias para telemóvel e está presente nas redes sociais enquanto continuam os esforços para obter uma licença para transmitir em FM.