A consultora NKC African Economics disse esta terça-feira que a taxa de inflação em Moçambique deverá chegar a 3% este ano, aumentando ligeiramente face aos 2,8% registados no ano passado, devido à depreciação do metical em 14%.

“Prevemos que a taxa de inflação média vá aumentar marginalmente face aos 2,8% registados em 2019, e vemos espaço para o Banco de Moçambique baixar a taxa de juro diretora em mais 100 a 150 pontos base até final deste ano, no seguimento da crise económica e das taxas de juro relativamente altas”, escrevem os analistas num comentário à inflação de setembro.

No mês passado, face a setembro de 2019, os preços subiram 3% em Moçambique, a maior subida desde maio, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas local, que dá conta de um aumento de 0,3% face ao nível de preços registado em agosto.

“O metical desvalorizou 14% desde o princípio de 2020, num contexto de queda dos preços das matérias primas exportadas e da aversão global ao risco”, comentam os analistas na nota enviada aos clientes, e que a Lusa teve acesso.

Moçambique é um importador líquido da maioria dos bens de consumo, “por isso uma moeda mais fraca é fortemente associada a preços mais altos para os consumidores”, notam os analistas, concluindo que “a seca regional no sul e o conflito em Cabo Delgado, que desalojou mais de 300 mil pessoas, também devem aumentar a insegurança alimentar e estimular os preços dos alimentos”.

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