O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, considerou esta terça-feira que é “responsabilidade de todos os portugueses” invocar e aplicar os valores que resultaram da Revolução Liberal de 1820, numa sessão evocativa realizada esta manhã.

No âmbito do Congresso Internacional do Bicentenário da Revolução de 1820, adiado para 2021 pelas circunstâncias da Covid-19, a Assembleia da República realizou esta terça-feira uma sessão evocativa na qual Ferro Rodrigues, numa mensagem gravada em vídeo, destacou a responsabilidade “de todos” em invocar os valores iniciados pelos liberais há 200 anos.

“Enquanto presidente da Assembleia da República, instituição cujas raízes históricas remontam, precisamente, a este período, é minha responsabilidade evocar, invocar mesmo, os valores que representa a tradição constitucionalista. Uma responsabilidade que assumi com gosto e sentido de dever. Mas esta não é uma responsabilidade apenas minha: é de todas e de todos os Portugueses, é de todos nós, enquanto sociedade”, destacou, na mensagem divulgada esta manhã.

Ferro Rodrigues realçou ainda que, apesar das circunstâncias causadas pela pandemia da Covid-19, o parlamento português nunca parou de exercer as suas responsabilidades, adaptando-se.

“Desde o primeiro momento, e ao longo dos últimos meses, o Parlamento Português tem procurado responder às exigências da situação, exercendo cabalmente as suas competências (legislativa, de fiscalização dos atos do Governo e da administração, mas não só), e mantendo um leque muito considerável de atividades, naturalmente condicionadas às circunstâncias dos dias que correm”, apontou.

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Na intervenção gravada, Ferro sublinhou que a Revolução Liberal abriu “caminho para a eleição do primeiro Parlamento Português — as Cortes Constituintes” cujos trabalhos resultaram na “aprovação da primeira Constituição, no dia 23 de setembro de 1822”.

“São datas, são figuras, são legados que a Assembleia da República, herdeira da tradição liberal cujo bicentenário agora celebramos, não podia deixar esquecidos.

Na sessão evocativa participaram também o presidente das Comemorações do Bicentenário do Constitucionalismo Português, Guilherme d’Oliveira Martins, e a presidente da Comissão Coordenadora do Congresso Internacional do Bicentenário da Revolução de 1820, Miriam Halpern Pereira.

A Revolução Liberal começou em 24 de agosto de 1820, no Porto, e deu origem à aprovação da primeira Constituição (1822) que pôs fim ao absolutismo em Portugal.