O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) questionou o Governo sobre as medidas tomadas para melhorar as telecomunicações nas áreas afetadas pelos incêndios de 2017 e quer saber para quando está previsto o reforço da cobertura móvel nas áreas isoladas.

No documento a que a agência Lusa teve esta terça-feira acesso, a deputada Mariana Silva questiona o Ministério das Infraestruturas e da Habitação sobre as medidas tomadas para melhorar a cobertura das telecomunicações, em particular da rede móvel, nas áreas que foram afetadas pelos incêndios de 2017, “cuja debilidade na cobertura, além de afetar a qualidade de vida da população, pode igualmente comprometer a própria segurança”.

Tendo em conta que as telecomunicações são ainda mais relevantes e fundamentais nas áreas isoladas e montanhosas para quando está previsto o reforço da cobertura da rede móvel e da expansão da fibra? Que medidas foram tomadas para melhorar a cobertura das telecomunicações, em particular da rede móvel, nas áreas que foram percorridas pelos incêndios de 2017″, pergunta a deputada.

Segundo os ecologistas, decorridos três anos dos fatídicos incêndios que assolaram a região Centro e Norte do país, constata-se que nas áreas afetadas, onde as telecomunicações, “débeis ou mesmo inexistentes”, acabaram por colapsar durante os incêndios e “não houve melhorias significativas ao nível da rede móvel”.

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“O sinal continua igual ou pior, em relação a 2017, situação transversal às várias operadoras que pouco ou nada têm feito para melhorar a cobertura, apesar das reclamações constantes dos clientes que pagam valores muito acima do que seria suposto para a qualidade do serviço disponibilizado”, sustentam.

Adiantam que na zona de Pedrógão Grande (Leiria), as debilidades e falhas persistentes das telecomunicações têm sido denunciadas também pela Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG), inclusive à ANACOM.

Os deputados alertam ainda que, além da “péssima qualidade e cobertura” das comunicações móveis, em particular nas zonas montanhosas e de baixa densidade, em vários locais continuam a ser visíveis linhas e postes colocados de forma precária.

O atraso na reposição das telecomunicações revelou-se de extrema gravidade, sobretudo porque em casos de emergência, em que as pessoas mais precisavam de estabelecer ligações, ficaram impossibilitadas de efetuar pedidos de auxílio ou de ser contactadas”, sublinham.

Neste âmbito, o PEV pergunta ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação se considera que as comunicações nas áreas afetadas pelos incêndios de 2017 têm hoje melhor cobertura e qualidade.

Querem ainda saber se o Ministério das Infraestruturas e da Habitação tem conhecimento que muitas linhas de telefone, em particular da MEO, continuam colocadas de forma provisória, existindo mesmo postes queimados e caídos no chão.

Por último, perguntam quais as medidas que pretende o Governo tomar para que as operadoras substituam as infraestruturas (linhas e postes) que, em alguns casos, compromete a segurança das populações.