Técnicos superiores de saúde das áreas de diagnóstico e terapêutica (TSTD) e o Governo dos Açores não chegaram, na segunda-feira, a um entendimento, por se manter “a injustiça” nas negociações sobre a carreira da classe, disse hoje fonte sindical.

“Não podemos chegar a um entendimento quando da parte do governo dizem ‘isto ou nada’. Aquilo que está neste momento colocado em cima da mesa por parte do senhor presidente do Governo Regional é: ‘os senhores aceitam isto ou não aceitam nada’. E isto não é negociar. O governo nunca quis negociar até aos dias de ontem e ontem aparece-nos com uma solução de imposição”, afirmou o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Fernando Zorro, em declarações à agência Lusa.

O sindicato e o presidente do Governo dos Açores, o socialista Vasco Cordeiro, estiveram reunidos na segunda-feira à noite, depois de aqueles profissionais não terem chegado a um entendimento com a tutela.

Entre as reivindicações está a “aplicação imediata da revisão da carreira, transições justas para os TSDT nas três categorias da carreira e uma grelha salarial equiparada a outras carreiras da administração pública, com o mesmo nível habilitacional e profissional”.

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Os técnicos reivindicam também que “todo o tempo de serviço e a avaliação de desempenho anterior ao processo de transição para a carreira especial dos TSDT relevem para efeitos de progressão e alteração de posição remuneratória”, com “o correto descongelamento de todos os TSDT efetuado na nova tabela salarial, independentemente do vínculo laboral”.

Os profissionais têm vindo a realizar recentemente, nos Açores, greves e protestos em várias ilhas.

Fernando Zorro referiu que, após a reunião de segunda-feira com Vasco Cordeiro, se “mantém a injustiça e não há paridade”, embora tenha admitido que a proposta apresentada pelo executivo “corrige algumas assimetrias, mas mantém todas as desigualdades perante outros grupos profissionais da saúde”.

Na reunião de ontem com o presidente do Governo Regional a grande esperança foi, no fundo, conseguirmos perceber que o senhor presidente constatou que efetivamente havia discriminação dentro do grupo profissional. Ou seja, pessoas que tinham menos tempo de serviço iriam rapidamente passar à frente daquelas que tinham mais tempo de serviço. O senhor presidente do governo assumiu isso e diz que nos vai fazer chegar hoje uma proposta em que isso vai ficar atenuado”.

O vice-presidente do STSS adiantou que Vasco Cordeiro “não conseguiu explicar porque é que faz tratamento diferente entre grupos profissionais”, frisando que a proposta governamental terá de ser “materializada”. O sindicato deixou o compromisso de dar uma resposta sobre o documento até sexta-feira.

“Vamos reunir-nos com os colegas e até sexta-feira daremos o ‘feedback’, se continuamos com ações de luta ou intensificamos, mas tendo sempre, como é nosso apanágio, propostas concretas e contrapropostas, de modo a não interferir na vida dos açorianos”, avançou Fernando Zorro, indicando que ainda há “uma greve agendada entre os dias 20 e 23 de outubro”.

O sindicato deixou junto da presidência o compromisso de “assumir um protocolo com o Governo Regional” para futuramente, e numa próxima legislatura, serem “corrigidas” questões fulcrais para os profissionais.

Nós não estamos aqui a fazer paninhos quentes, aquilo que nós queremos é uma questão de justiça e não existe paridade entre outros grupos profissionais”.

O sindicato tem vindo a sublinhar que os profissionais se sentem “injustiçados com a falta de respeito do Governo Regional dos Açores”, do PS, “na negociação das suas carreiras, face ao que foi negociado com outras carreiras da saúde na região”.