A polícia Bielorrussa tem luz verde para usar armas letais sobre os manifestantes que protestem contra o governo de Aleksandr Lukashenko. Esta medida vem em resposta ao aumento de violência e radicalização de grupos contra o Presidente, segundo avança a BBC.

As autoridades têm sido recorrentemente acusadas do uso de brutalidade e tortura desde que os protestos começaram há cerca de nove semanas, quando Lukashenko foi eleito, num processo manipulado aos olhos dos cidadãos bielorrussos.

Na segunda-feira foram lançadas granadas e gás lacrimogéneo, durante uma manifestação não autorizada na capital, Minsk, sob um largo grupo de pessoas na idade da reforma. Esta informação foi confirmada pelo Ministério do Interior do país. Segundo o porta-voz, foram tomadas medidas quando “os cidadãos começaram a mostrar sinais de agressão”. Algumas pessoas foram detidas.

O ministro do Interior bielorrusso, Gennady Kazakevich, prosseguiu explicando que as tensões se foram elevando ao longo do dia, sendo que durante a tarde os manifestantes atiravam garrafas, pedras e facas. Já durante a noite formavam-se barricadas e queimavam-se pneus.

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“Isto não tem nada a ver com os protestos dos civis. Somos confrontados não só com agressões, como também por grupos de militantes, radicais, anarcas e hooligans do futebol”, disse Kazakevich num vídeo a que a BBC teve acesso.

Em nome do Ministério do Interior, digo que não iremos abandonar as ruas e iremos instaurar ordem no país. A polícia e as tropas do interior vão usar equipamento especial e armas letais, se necessário.”

Já no domingo passado, mais de 700 pessoas tinham sido presas, naquilo que o Ministro do Interior bielorrusso apelidou de um protesto “organizado e extremamente radical”.

Em resposta às manifestações, a União Europeia mostrou-se preparada para aplicar sanções a Lukashenko, de acordo com uma declaração lançada na segunda-feira. O presidente bielorrusso não estava na lista das sanções atribuídas a 40 oficiais no início do mês. Contudo, a recusa por parte da Bielorrússia, de considerar novas eleições, deixou o conselho de ministros sem opções, dizem. “Não houve qualquer sinal por parte das autoridades bielorrussas para começar qualquer tipo de conversações.”

Por outro lado, o Presidente russo Vladimir Putin mostrou-se disponível para enviar tropas russas em auxílio de Lukashenko, caso os protestos “fujam ao controlo”.

Os manifestantes invadiram as ruas da Bielorrússia em agosto depois de Aleksandr Lukashenko, que está no poder desde 1994, ter vencido as eleições.

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