Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, manifestou à Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto a sua “total disponibilidade” em colaborar nas orientações que estão a ser definidas pelo organismo para conter a evolução da infeção por Covid-19, disponibilizando verbas, espaços e recursos municipais.

Num ofício enviado ao autarca de Gondomar, Marco Martins, que preside àquela Comissão, Rui Moreira identifica os espaços disponíveis, considerado que a Pousada da Juventude do Porto “tem excelentes condições para a criação de uma estrutura de apoio a pessoas com teste negativo”, sugerindo, assim, que o equipamento seja de abrangência distrital. Para garantir esta resposta de retaguarda, a Câmara do Porto “está disponível a suportar um apoio financeiro mensal no valor de 50.000 euros, de outubro a 30 de março de 2021, devendo proceder-se a uma avaliação da resposta em finais de janeiro de 2021″, assinala o autarca.

Segundo revela município do Porto em comunicado, a Comissão Distrital de Proteção Civil não só equaciona a criação de estruturas de acolhimento provisório para pessoas com teste positivo ao novo coronavírus, como também propõe levantar estruturas de acolhimento municipal provisório para pessoas com teste negativo à Covid-19, onde se enquadra a resposta da Pousada da Juventude.

“A estes espaços, chegariam pessoas provenientes de estruturas residenciais que necessitem de segregar positivos ou excecionalmente pessoas que perderam cuidadores por teste positivo. O financiamento seria assegurado por uma parceria entre cada Comissão Municipal de Proteção Civil e a Segurança Social, em despacho a definir pelo Governo”, adianta o mesmo comunicado.

De fora fica o hospital de campanha do Porto, que funcionou durante a primeira vaga, por comum acordo com a Comissão Distrital de Proteção Civil. Rui Moreira adianta que o Município do Porto vai encerrar o processo de cedência com o concessionário do Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, depois de o próprio presidente da Comissão, Marco Martins, ter dado nota ao presidente da Câmara de que “há alternativas que melhor podem responder às necessidades de hospitalização”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Comida servida em plástico, desinfeção em zona neutra e controlada, trocas a cada 3 horas. No interior do Hospital de Campanha do Porto

Na reunião promovida pela Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto participaram representantes dos municípios, o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro (na qualidade de coordenador regional Norte da Covid-19), os diretores do Hospital de São João e do Hospital de Santo António, o presidente da ARS-Norte e a diretora adjunta do Centro Distrital do Porto do Instituto da Segurança Social. Deste encontro saiu uma linha de atuação face à evolução da pandemia, “considerando a necessidade de se encontrarem respostas complementares ao nível da hospitalização e de estruturas de acolhimento provisório”.

Moreira relata ainda que “os hospitais consideram que deve ser promovida pela Comissão Distrital a criação de estruturas de acolhimento para pessoas que testem positivo à doença Covid-19, mas que cumulativamente não tenham critérios de hospitalização e que não reúnam condições na habitação para recuperação, nomeadamente por falta de condições e/ou de cuidadores”.

Face às diretrizes emanadas da reunião, o autarca coloca também à disposição o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto “para colaborar no transporte de pessoas para estas estruturas, nomeadamente com Covid-19, bem como apoiar em processos de descontaminação, processos de vistoria e formação”, pode ler-se na carta.

Hospital de Campanha do Porto vai ser desativado, mas estrutura mantém-se pronta em caso de segunda vaga

A Câmara do Porto acrescenta que se encontra “disponível para abrir, operar e financiar, logo que se revele necessário, um Centro de Acolhimento de Emergência para pessoas em situação de sem-abrigo, com a capacidade para 40 pessoas, nas antigas instalações do Hospital Joaquim Urbano”, em articulação com a Segurança Social, a Autoridade de Saúde e o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) Porto.

Aos dois Agrupamentos de Centro de Saúde (ACES) da cidade, a autarquia vai ainda disponibilizar três viaturas “para reforço do trabalho das equipas de intervenção rápida e/ou deslocação às estruturas residenciais de acolhimento”, sendo que ao ACES Porto Ocidental cede a Escola Básica António Aroso, em regime de comodato por meio ano, para aumentar a capacidade de resposta.

“Deverá ser criada uma estrutura distrital de acolhimento de pessoas com teste positivo, sem critério de internamente hospitalar e que não o possam fazer no contexto familiar”. Para essa operacionalização, terá de ser encontrado financiamento e um operador especializado, “preferencialmente na área da saúde”, sustenta.

No que respeita ao pedido à identificação de outros espaços, o município sugere “as antigas instalações do Hospital Maria Pia e eventual contacto com a Misericórdia do Porto para identificar disponibilidades face ao tipo de resposta a criar”. Rui Moreira não descarta ainda a possibilidade de “avaliar a disponibilidade manifestada na primeira vaga pela Diocese do Porto no que se refere às instalações do Seminário de Vilar”, para acolher pessoas com teste negativo à Covid-19.