A China considerou esta quarta-feira que a sua reeleição para o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, apesar da oposição dos principais Estados democráticos e várias organizações, é uma prova do “alto reconhecimento” da comunidade internacional pelos seus feitos.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, também descartou as críticas do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, à reeleição, como “muito absurdas” e acusou Washington de interferir nos assuntos internos de outros países usando os Direitos Humanos como pretexto.

“Esta (reeleição) reflete totalmente o alto reconhecimento da comunidade internacional pelo desenvolvimento e progresso da causa dos Direitos Humanos na China e a participação da China na governação global dos direitos humanos”, disse Zhao, em conferência de imprensa.

Grupos de defesa dos Direitos Humanos criticaram a eleição da China, ao lado da Rússia, Cuba, Paquistão e Nepal, citando as violações dos direitos em Hong Kong, Tibete ou Xinjiang, bem como os ataques a defensores dos Direitos Humanos, jornalistas, advogados ou críticos do governo.

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Os EUA anunciaram a sua retirada do conselho, em junho de 2018, em parte porque consideravam o órgão um fórum hipócrita e anti-Israel.

A China foi reeleita com 139 votos, 30% a menos que os 180 obtidos em 2016.

Isto reflete o “crescente consenso internacional de que o ataque brutal da China aos direitos humanos não pode, e não deve, ficar impune”, disse Pema Doma, do grupo de defesa dos Direitos Humanos Estudantes por um Tibete Livre, em comunicado.

A Human Rights Watch conseguiu um apelo sem precedentes de 50 especialistas da ONU, em 26 de junho, por “medidas decisivas para proteger as liberdades fundamentais na China”, e que foi ecoado por mais de 400 grupos da sociedade civil de mais de 60 países.