O Presidente da República defendeu esta quarta-feira que para aproveitar “a oportunidade única e irrepetível” dos novos fundos europeus e fazer face à crise é preciso qualificar “mais e melhor”, com mais meios para a educação e ensino superior.

“Se queremos mesmo aproveitar esta oportunidade, então teremos que contar com todos, qualificando-os mais e melhor”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que discursava na cerimónia da abertura solene das aulas da Universidade de Coimbra.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/gastos-com-educacao/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”513″ slug=”gastos-com-educacao” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/gastos-com-educacao/thumbnail?version=1586104599214&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]O chefe de Estado considerou que é necessário “dar mais meios para que a excelência se aprofunde e amplie, para que a formação se concretize e se abra e atinja novos patamares de qualidade e quantidade”.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa entende que é preciso “ir mais longe”, não se esquecendo o ensino superior, não minimizando “o seu papel” e não distinguindo “entre eleitos e não eleitos”.

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Para o Presidente da República, não se pode querer “manter quadros institucionais e jurídicos que já foram, porventura, pioneiros e que são esta quarta-feira peças de museu — importantes para reverenciar, mas inoperacionais para viver”.

Durante o discurso, vincou a necessidade de os fundos europeus para dar resposta à crise económica e social provocada pela pandemia de Covid-19 não serem usados apenas para remendar “o tecido rasgado pelas crises [passadas]”, mas para se mudar “para melhor e duradouramente”, no que sempre se foi retocando no dia-a-dia ou que foi adiado “por sistema”.

Marcelo Rebelo de Sousa alertou ainda para tempos de “acrescidos egoísmos, exacerbados egocentrismos mais ou menos autocontemplativos, xenofobias avessas ao diferente, ao novo ao diverso”.

“Toda a sociedade, toda a universidade, ganharão em recordar que não há pessoas nem comunidades que não transportem consigo cruzamentos de toda a ordem. Tanto maior é a sua riqueza quanto mais variadas forem tais convergências”, disse, apelando ao “encontro na diversidade, inclusão e respeito do outro e dos outros”, em contraponto com a “tentação da diabolização, da culpabilização, da exclusão justificativas do que não se controla ou do que não se sabe”.