A pandemia acabou por encerrar de forma abrupta a temporada de voleibol (bem como das restantes modalidades de pavilhão) mas o regresso acabou por trazer um ponto comum há um ano e meio: a série vitoriosa do Benfica. Ou seja, e após perder o primeiro jogo da final de 2018/19 frente ao Sporting no Pavilhão João Rocha, os encarnados venceram depois os três encontros seguintes (e o título), ganharam todas as partidas oficiais do calendário nacional realizadas em 2019/20 entre Campeonato, Taça e Supertaça e repetiram a dose neste arranque de época, neste caso com Campeonato e Supertaça. Ao todo, os comandados de Marcel Matz chegavam a mais um dérbi com 38 triunfos consecutivos, num total de 114 sets ganhos contra apenas 14 consentidos. Agora havia novo dérbi.

Benfica vence Sporting na “negra” após grande recuperação e está na final da Supertaça

No primeiro duelo entre os rivais lisboetas, em Óbidos, a contar para a meia-final da Supertaça, o Sporting ainda ganhou os dois primeiros parciais mas os encarnados foram a tempo de dar a volta, com um conjunto que transita quase na totalidade da última temporada com um reforço de qualidade como André Aleixo (ao contrário dos leões, que promoveram várias mexidas no plantel para a nova temporada). Agora, o triunfo para qualquer dos lados iria colocar o vencedor como única equipa apenas com vitórias na prova a par da surpresa VC Viana, depois de no último fim de semana o conjunto leonino ter ganho ao anterior líder Fonte Bastardo.

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“A equipa está num bom momento mas ainda não estamos no nosso melhor porque a temporada também ainda está no início, ainda temos menos de dez jogos realizados, e a equipa vai-se construindo jogo a jogo… Precisamos de mais confrontos duros para conseguir testar melhor os jogadores e até o próprio sistema de jogo. Tenho a convicção de que até meio de novembro já vamos conseguir estar num nível melhor. Esses jogos servem para ganhar, obviamente, mas também para testar a equipa e colocá-la em dificuldades, confrontando-a com uma formação do mesmo padrão que a nossa”, comentou Marcel Matz, numa antevisão aos meios do clube quando ainda não se sabia que a Supertaça marcada inicialmente para quarta-feira tinha sido adiada, na sequência da necessidade de isolamento profilático de jogadores e técnicos do Sp. Espinho até 27 de outubro.

“A equipa está muito motivada e o dérbi é sempre um grande jogo. Estamos a tentar acertar algumas dificuldades que identificámos na equipa. No confronto da meia-final da Supertaça cometemos alguns erros não forçados, ou seja, situações em que tínhamos a bola numa condição favorável e acabámos por falhar. Não soubemos aproveitar algumas oportunidades e temos de tentar fazer isso desta vez porque num jogo destes não podemos deixar passar qualquer hipótese de pontuar. Vai ser um jogo bem mais estudado, até porque antes da Supertaça as duas equipas ainda não se tinham defrontado. Vai ser a primeira vez ‘a valer’ porque agora as equipas têm parâmetros para se compararem”, analisou Gersinho, técnico dos leões, em declarações aos órgãos verde e brancos.

As palavras do treinador do Sporting faziam sentido, o que aconteceu em campo sobretudo no primeiro set é que não – e tudo o que Gersinho queria corrigir acabou por acontecer num único parcial. Aproveitando uma entrada melhor, os leões conseguiram uma distância de quatro pontos no primeiro desconto de tempo pedido pelas águias (11-7), aumentou para cinco pontos nos 18-13, 19-14 e 20-15 mas o Benfica conseguiu levar a decisão ainda para as vantagens, ganhando por 26-24. Esse desfecho acabou por influenciar o segundo set, com o Sporting a forçar em demasia um serviço que não fazia e os visitantes a controlarem o resultado até fecharem com 25-18. A entrada de Miguel Maia para o lugar de Bruno Alves mudou a distribuição leonina e o próprio jogo, com os leões a recuperarem o seu melhor jogo e a confiança, a ganharem o terceiro set por 25-18 mas a conseguirem apenas adiar o triunfo dos encarnados, selado com o parcial mais desequilibrado até ao momento (25-15).