A Câmara de Cascais vai distribuir por 1.000 famílias carenciadas, durante um ano, o novo “Cartão Mais Solidário”, que poderá ser trocado por bens alimentares e outros de primeira necessidade.

Em comunicado, o município do distrito de Lisboa liderado por Carlos Carreiras (PSD) adianta que a iniciativa “Cartão Mais Solidário”, esta sexta-feira apresentada, se renova a cada três meses, para ajudar famílias em fragilidade social causada pela pandemia de Covid-19.

O “Cartão Mais Solidário” vai ser distribuído por 1.000 famílias pertencentes aos 1.º e 2.º escalões fiscais e poderá ser trocado por produtos nas superfícies do Lidl e do Continente, tendo um investimento global trimestral de cerca de 300 mil euros.

“Após avaliação do primeiro trimestre (de novembro a final de janeiro 2021), os trimestres consecutivos poderão ter mais ou menos reforço financeiro consoante a avaliação feita”, refere o município na nota.

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Para o pacote do primeiro trimestre, a Câmara Municipal de Cascais contribuiu com 66,6% do fundo que suporta os cartões e o Continente, através da Missão Continente e do Cascais Shopping, e o Lidl com o restante.

A câmara adianta que o objetivo é combater as “três pandemias: social, económica e de saúde pública”. A somar às 4.500 famílias sinalizadas e já apoiadas pela câmara através de outros programas, a autarquia vai agora chegar a mais 1.000 famílias que não recebam quaisquer outros apoios alimentares providenciados por entidades da rede solidária do concelho de Cascais. O município esclarece que ao cartão corresponde um valor definido consoante a dimensão do agregado familiar e o escalão de rendimento.

O critério de seleção das famílias beneficiárias implica a apresentação de documentos comprovativos do escalão de IRS em que se inserem ou, caso a situação se tenha alterado no contexto da pandemia, documentos que atestem essa alteração e o seu impacto nos rendimentos.

Para poderem candidatar-se a receber o cartão, os interessados devem apresentar-se na junta de freguesia da área de residência com a documentação necessária, e assinar uma declaração em que atestam a veracidade dos dados fornecidos e a autorização da utilização dos dados por parte do município para fins estatísticos. Após esgotado o valor do cartão, terão de ser entregues na junta de freguesia documentos de despesas comprovativos da compra de alimentos. O município de Cascais realça ainda estar determinado a “mapear a fome ‘escondida’ e a fazer chegar alimentos de primeira necessidade a todos os munícipes em estado de carência alimentar”.

O “Cartão Mais Solidário” vem juntar-se a projetos já existentes como os programas Cascais + Solidário (que transfere anualmente meio milhão de euros para a rede social combater a fome), das Caixas Solidárias (onde os munícipes podem deixar alimentos para quem necessite deles em mais de 100 pontos no concelho) e das Casas Solidárias situadas junto a grandes superfícies (com o mesmo princípio das Caixas, mas onde a autarquia iguala o que é colocado pelos munícipes).