Foi um dos melhores na vitória frente ao Sp. Braga, marcou e assistiu na goleada ao Boavista no Bessa, assistiu na derrota em casa com o Marítimo. Os resultados coletivos do FC Porto podiam ser melhores ou piores neste início de época mas o contributo de Jesús Corona estava sempre garantido. Estava e está, ou não tivesse sido o mexicano distinguido com o prémio de Dragão de Ouro para Futebolista do Ano em 2019/20. “É muito merecedor que seja para ti este troféu, que marque a tua carreira e a tua ligação ao FC Porto. Que continues a encantar-nos com o teu jogo e a vibrar com a camisola do FC Porto e o símbolo encostado ao teu coração”, atirou Pinto da Costa durante a cerimónia de entrega do galardão, em pleno relvado, após o contributo para a “dobradinha”.

Pepe, um capitão em formato Benjamin Button que não consegue fazer tudo por todos (a crónica do Sporting-FC Porto)

Em condições normais, e olhando para o final da última temporada, a saída de Corona parecia um dado adquirido. Estava no melhor momento pelos azuis e brancos, tinha mais mercado do que qualquer outro jogador (à exceção de Alex Telles, acrescente-se). Layún, antigo internacional mexicano que passou pela Invicta, considera que um dos maiores problemas para o extremo não ter saído entroncou no facto de não possuir dupla nacionalidade para abrir outras portas nas principais ligas europeias. Certo é que o mercado fechou, Tecatito ficou e o bom rendimento manteve-se na seleção, onde foi um dos melhores com a Holanda e marcou no empate frente à Argélia.

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Agora, o mexicano voltou a ser um dos melhores dos dragões em Alvalade diante do Sporting, quebrando também uma espécie de “malapata” em Portugal, onde chegou em 2015: foi preciso esperar 23 encontros frente aos leões e ao Benfica para marcar pela primeira vez, num jogo que terminaria em empate com um golo de Vietto aos 88′. Outra nota: Corona é apenas o segundo mexicano a marcar num clássico, depois de Héctor Herrera.

Não estamos contentes porque merecíamos ganhar mas temos de olhar para a frente porque isto ainda está no começo. Vamos analisar o que fizemos de bem e de mal no Porto para tentarmos corrigir. Objetivos? Ajudar no que puder para defender o que é o nosso. Dedicatória? Era para a minha mulher e para a minha filha, fazem anos hoje”, disse o extremo na zona da entrevistas rápidas da SportTV.

Antes, numa entrevista ao portal TUDN, Corona tinha abordado a possibilidade de sair para outra liga europeia de maior dimensão, comentando também o prémio que recebeu dos dragões. “Queremos chegar à elite o mais rápido possível mas não sabemos quando isso é possível. Tenho de trabalhar sempre mais, estar concentrado e o resto vai chegando. O que me falta? Vou ser sincero, creio que me falta mais golo. Tenho de ser mais eficaz no último terço, definir melhor. Mas também creio que isso vai chegar com o trabalho que faço. Tudo o que consegui até agora foi através do trabalho e acredito que, se continuar assim, vou conseguir os meus objetivos”, destacou.

“Fiquei muito contente e orgulhoso como o prémio de Dragão de Ouro. Acho que foi a regularidade que levou a que fosse distinguido pelo clube. Dá-me força para seguir em frente, com a mesma vontade de continuar a ganhar. Agora vivo dias mais regulares, sinto-me cada vez melhor comigo próprio e com o trabalho que desenvolvo. A ideia é essa, ir crescendo a cada ano”, completou o internacional mexicano na mesma entrevista.