O antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, disse este domingo no seu espaço de comentário semanal que este “não é um orçamento à Sócrates“, uma vez que é “cuidadoso no défice, na dívida, no saldo estrutural, no aumento da despesa”. Para o comentador político este é um sinal de que “Costa não é Sócrates”. Já sobre a aplicação Stayaway Covid, Marques Mendes considera um “absurdo a todos os níveis” a ideia de a lei se tornar obrigatória e diz que a mesma “só faz sentido se for de utilização voluntária”.

Voltando ao orçamento, Marques Mendes antecipa que “depois da reviravolta que o PCP deu há duas semanas, o OE será viabilizado, pelo menos com a abstenção do PCP e do PAN”. Já com o BE, comenta, “tudo pode acontecer: a relação entre o BE e o Governo é cada vez mais difícil, no plano político e pessoal”. Ainda assim, a esquerda acabará por viabilizar, uma vez que “votar ao lado da direita um OE socialmente tão avançado é um exercício impopular”.

O antigo líder do PSD lembra que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, disse em entrevista ao Observador que “matematicamente o voto do BE não é indispensável”, mas acrescenta que “politicamente faz toda a diferença”, uma vez que “se o BE chumbar o OE, vai pagar o preço de votar com a direita um orçamento com forte carga social, mas o Governo também paga um preço – o preço de provavelmente daqui a um ano ter uma crise política.” Marques Mendes diz ainda que no debate da especialidade vão existir “várias coligações negativas” e que todos querem “mais despesa pública”. Assim, “o défice vai inevitavelmente aumentar”.

Sobre a evolução da pandemia, Marques Mendes diz que o Presidente e o Governo vão decidir se há ou não estado de emergência, mas identifica preocupações como “desorientação” de quem passa de estado de contingência a calamidade de um dia para o outro e acaba a semana a “pré-anunciar” um estado de emergência. O discurso oficial, critica, também é uma “confusão”.

O comentador político antecipa ainda que o Governo vai anunciar que, ao contrário do que acontece atualmente, os idosos vão poder ter mais do que uma visita por semana. Essa decisão, explica, passará “a depender de cada instituição”. Isto, claro, “desde que não haja surto no lar ou problema epidémico forte no concelho”.

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