O governo dos EUA vai executar duas pessoas até ao final do ano, sendo uma delas uma mulher, algo que não acontecia há 67 anos, desde 1953. O Departamento de Justiça norte-americano já agendou a execução de Lisa Montgomery, que irá receber uma injeção letal a 8 de dezembro, numa penitenciária do Indiana. A mulher foi condenada a pena de morte por ter estrangulado uma grávida de oito meses no Missouri, e depois disso a ter cortado e ter raptado o bebé, como conta a cadeia norte-americana CNN e o jornal britânico The Guardian.

Em prisões estaduais foram executadas 16 mulheres desde 1976, mas por via de uma execução federal era algo que não acontecia há quase 70 anos. Este tipo de execuções está a aumentar. Além de Montegomery, dois dias depois, Brandon Bernard, de 40 anos, será também executado pelo governo dos EUA por ter assassinado dois sacerdotes no Texas em 1999.  O procurador-geral, William Barr, disse que estes crimes foram “especialmente hediondos”

Os advogados de Montgomery, de 52 anos, tentaram provar que o desequilíbrio mental da condenada foi provocado por danos cerebrais decorrentes de espancamentos que sofreu quando era criança. Dos 55 prisioneiros no chamado “corredor da morte” (à espera de execução) de prisões federais, Montgomery é a única mulher.

A última mulher a ser executada nos EUA numa prisão federal tinha sido Bonny Brown Heady, em dezembro de 1953, por sequestro e assassinato de uma criança de seis anos, que era herdeiro de um magnata do setor automóvel. Já alargando às execuções decretadas pelos governos estaduais, a última mulher a ser executada nos EUA foi Kelly Renee Gissendaner, que recebeu uma injeção letal numa prisão do Estado da Geórgia, em setembro de 2015, pelo assassinato do marido em 1997.

Desde julho já houve sete execuções, todas com Barr como Procurador-Geral dos EUA, cargo que ocupa desde 2019. Até então, desde que execuções federais foram restauradas em 1998, só três pessoas é que foram executadas.

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