Mais uma semana no Wolverhampton, o mesmo tema das últimas semanas. Se Adama Traoré já era um dos jogadores mais mediáticos da equipa de Nuno Espírito Santo, a participação do avançado nos últimos três jogos da seleção espanhola — que foram também as três primeiras internacionalizações do jogador — colocaram-no num pedestal ainda mais elevado no futebol europeu. E, hoje em dia, estar nesse pedestal e jogar numa equipa que não está na Liga dos Campeões é quase sinónimo de estar à beira de saltar para um gigante europeu.

Ciente disso, o Wolves já começou a precaver-se. Segundo o jornal The Sun, o clube já iniciou as negociações para renovar contrato com o espanhol e vai apresentar uma proposta de melhoria substancial de contrato que deve incluir o aumento do salário de Traoré até aos 110 mil euros semanais — tornando-o um dos jogadores mais bem pagos do plantel. O jornal acrescenta que esse valor seria então o duplicar daquilo que o avançado aufere nesta altura e que o novo vínculo seria válido por quatro temporadas, para além de garantir que Traoré está inclinado a aceitar a proposta apesar do assédio de Liverpool e de Barcelona.

Confrontado com as notícias na antevisão do jogo desta segunda-feira contra o Leeds, Nuno Espírito Santo não fez grandes comentários às negociações e preferiu garantir que o jogador está satisfeito em Wolverhampton. “As coisas vão acontecer de uma forma natural. As especulações em relação aos nossos jogadores não nos incomodam. Sabemos aquilo que temos de fazer. Podem ver o quão feliz está no treino. O mais importante é estar feliz onde estamos e ele, claramente, está”, disse o treinador português, que esta semana deu um conjunto de entrevistas a quatro canais de televisão (Premier League TV, Sport TV, Telemundo e beIN Sports) e falou sobre o percurso do clube desde que chegou a Inglaterra.

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“Olho para trás com alegria e orgulho de ter feito parte de algo histórico. Foi um grande desafio para nós tentar devolver o Wolves à Premier League. E conseguimos, com muita paixão. Essa alegria funcionou como uma grande motivação para prosseguirmos o nosso trabalho na Premier League, defrontando as melhores equipas do mundo, procurando sempre melhorar. Depois conseguimos fazer o Wolves regressar a uma competição europeia. Tudo isto ajudou a construir aquilo que queríamos: uma equipa competitiva, com talento individual e jogadores que fizeram coisas espantosas”, explicou Espírito Santo, que mais à frente comentou o vasto contingente português no plantel. “São bons jogadores, dão boas respostas. Mas também há outras nacionalidades. Aqui não há passaportes. Estamos todos dentro do mesmo grupo, da mesma família. Portanto, aqui não há nacionalidades. Há pessoas dedicadas e unidas”, concluiu o técnico.

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O treinador português falou sobre a eventual renovação de Traoré na antevisão da visita ao Leeds

Esta segunda-feira e em Elland Road, o Wolves visitava o Leeds e procurava alcançar a segunda vitória consecutiva depois de um início de época atribulado (quatro jogos, duas vitórias e duas derrotas, sete golos sofridos contra quatro marcados). Do outro lado, estava a equipa de Marcelo Bielsa que deu muito trabalho ao Liverpool na jornada inaugural da Premier League, que venceu Fulham e Sheffield United e que forçou o Manchester City a um empate. Ou seja, a tarefa estava longe de ser simples para Nuno Espírito Santo e companhia.

Apesar de tudo, Adama Traoré foi suplente, assim como Rúben Neves, e o treinador português apostou em Pedro Neto e João Moutinho na zona mais central do meio-campo, com Podence a ser titular no ataque ao lado de Jiménez e Nélson Semedo a atuar no corredor direito. Do outro lado, Hélder Costa estava no onze inicial de Bielsa. O Leeds começou bem e até marcou logo nos minutos iniciais, ainda que o golo de Bamford tenha sido anulado por fora de jogo (6′). Numa primeira parte que terminou sem alterações no marcador, a equipa de Bielsa foi melhor e esteve sempre mais perto da grande área, com Coady a evitar o golo de Bamford numa ocasião (39′) e Rodrigo a ver Rui Patrício encaixar um remate (42′). Ainda assim, e mesmo antes do intervalo, a melhor oportunidade do jogo caiu para o Wolves, com Podence a obrigar o guarda-redes Meslier à primeira intervenção na partida (45+2′).

Na segunda parte, a sorte inverteu-se e foi o Wolves a ter um golo anulado — Podence estava fora de jogo no início da jogada que terminou com um vólei sensacional de Saiss (53′). Traoré entrou quando faltavam cerca de 25 minutos para o apito final e a equipa de Nuno Espírito Santo chegou à vantagem — desta vez a contar — pouco depois disso. Raúl Jiménez pegou na bola na direita, divergiu para a faixa central e tirou vários adversários da frente até rematar de pé direito (70′). A bola ainda desvia num defesa do Leeds e engana o guarda-redes, terminando no fundo da baliza. Nos festejos, Jiménez desenhou um ‘A’ com as mãos e dedicou o golo à primeira filha, Arya, nascida no passado mês de julho.

Até ao fim, Rúben Neves ainda entrou para o lugar de João Moutinho e Raphinha, antigo jogador do Sporting, também foi lançado por Bielsa no Leeds. O Wolves segurou a vantagem mínima e venceu o Leeds graças ao golo de Jiménez, chegando à terceira vitória consecutiva e saltando para o sexto lugar da Premier League com os mesmos pontos do Arsenal e do Leicester.