A Fundação Bienal de Arte de Cerveira vai receber em novembro mais de 58 mil euros do Programa de Estabilização Económica e Social do Governo, após exclusão do financiamento pela Direção-Geral das Artes para 2020/2021, foi esta segunda-feira divulgado.

Em 2019, a candidatura da Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC) ao Programa de Apoio Sustentado 2020-2021 da Direção-Geral das Artes (DGArtes) foi uma das cinco consideradas elegíveis para apoio pelo júri, mas para as quais não houve financiamento disponível.

Esta segunda-feira, em nota enviada às redações, a FBAC explicou que os mais de 58 mil euros que vai receber no próximo mês “surge no âmbito do pedido formalizado à linha de apoio às entidades artísticas profissionais, operacionalizada pela DGARTES, que integra o Programa de Estabilização Económica e Social do Governo”.

“Trata-se de uma subvenção atribuída no seguimento do Programa de Estabilização Económica e Social, aprovado na Resolução do Conselho de Ministros n.º 41/2020, no âmbito da Linha de Apoio às Entidades Artísticas Profissionais, cuja gestão se encontra a cargo da Direção-Geral das Artes”, explica a nota.

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Segundo a FBAC, “o montante concedido será de 58.487,23 Euro e corresponde a 35% do valor anual a que a fundação teria direito de acordo com a pontuação atribuída pelo júri no âmbito da candidatura “Fundação Bienal de Arte de Cerveira: a Arte Contemporânea integrada na sociedade e no mundo”.

“Apesar de ter sido considerado elegível, o projeto não foi na altura contemplado com apoio financeiro por limite de verba disponível”, sustenta a nota.

Para o presidente da FBAC, Fernando Nogueira, citado no documento, o apoio agora anunciado “resulta também da persistência e da capacidade de resiliência da FBAC, assim como do reconhecimento da qualidade do trabalho que é desenvolvido em prol da cultura com tão poucos recursos”.

Contactado pela Lusa, Fernando Nogueira, que é também presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, explicou que o orçamento anual da fundação ronda os 300 mil euros.

Além da organização da bienal de arte, aquele montante assegura a programação que a fundação promove ao longo do ano.

A Bienal Internacional de Arte de Cerveira, a mais antiga da Península Ibérica, realiza-se desde 1978.

A XXI Bienal Internacional de Arte de Cerveira, a decorrer desde 01 de agosto e até 31 de dezembro, “era uma das ações previstas na candidatura e que a FBAC, em tempos de pandemia, readaptou em tempo recorde, proporcionado ao público uma programação digital e presencial.

Com o tema “Diversidade-Investigação. O Complexo Espaço da Comunicação pela Arte”, o evento decorre “num duplo formato incluindo, pela primeira vez, uma edição digital, que permite ao público a visita virtual a partir de qualquer parte do mundo”.

“Neste ano tão difícil optamos, ainda, por não obter receita de bilheteira, proporcionando a entrada gratuita ao público na Bienal de Cerveira, por forma a contribuir para a democratização cultural e promover o acesso às artes”, acrescentou o autarca.

Segundo Fernando Nogueira, “nos primeiros dois meses da edição deste ano, a organização contabilizou 20 mil visitas presenciais e 40 mil através da plataforma digital criada para a edição deste ano”.

A XXI Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira apresenta mais de 350 obras criadas por 370 artistas de 38 países.

Em 2018, a bienal mais antiga da Península Ibérica decorreu entre 15 de julho e 16 de setembro, e recebeu cem mil visitantes. A 20.ª edição apresentou mais de 600 obras, de 500 artistas de 35 países, em 8.300 metros quadrados, num total de 14 espaços expositivos.