A Polícia Judiciária, em articulação com o DIAP Regional de Coimbra, apreendeu em Coimbra explosivos e outro material do grupo “Resistência Galega”, que foi considerada uma organização terrorista em 2014, pelo Supremo Tribunal de Justiça espanhol. A operação policial da PJ (Unidade Nacional Contra Terrorismo) integrou peritos do Laboratório de Polícia Científica e teve cooperação da Guardia Civil espanhola.

Depois de emitido o mandado de busca e apreensão, a PJ apreendeu “vasto material probatório, correlacionado com as atividades terroristas levadas a cabo por este grupo independentista”, revelam as autoridades em comunicado.

Em causa estão “inúmeros utensílios utilizados na fabricação de engenhos/artefactos explosivos, nomeadamente relógios, temporizadores e telemóveis preparados como dispositivo de ativação remota de cargas explosivas; dispositivos pirotécnicos e engenhos explosivos improvisados, uma carga total de aproximadamente 30 kg pólvora, livros, apontamentos manuscritos e manifestos de propaganda dos ideais da Resistência Galega”.

Detidos líderes de grupo terrorista espanhol que atuaria a partir de Portugal

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O material, que já foi remetido à autoridades espanholas, continha ainda “uma panela de pressão, para confinamento de carga explosiva, igual às usadas por este grupo terrorista em diferentes atentados, bem como material utilizado para falsificação de documentos, como carimbos de instituições públicas espanholas e plastificadoras a quente”.

A PJ revela que o imóvel, “associado aos líderes da Resistência Galega e utilizado como casa de recuo”, foi localizado em Coimbra a 9 de novembro de 2019, “após partilha de informações e cooperação policial entre os dois Estados”, revela a PJ em comunicado.

A Resistência Galega executou 35 ataques com explosivos no país vizinho, entre 2005 e 2011. Os ataques não fizeram vítimas, mas danificaram vários edifícios, nomeadamente sedes de partidos políticos e agências bancárias. Os líderes da organização foram detidos pelas autoridades espanholas no ano passado, aguardando julgamento em prisão preventiva.