O presidente da câmara de Valongo mostrou-se esta terça-feira “muito preocupado” com a “pressão atual sobre os hospitais” devido à Covid-19, apelando às autoridades para que agilizem a abertura do centro de retaguarda a ser instalado em Ermesinde.

“É urgente abrir [o Centro Distrital de Retaguarda para doentes Covid-19]. Deixo um apelo às instituições distritais para que agilizem a criação das equipas [médicas]. Neste momento os hospitais centrais, nomeadamente o Hospital de São João, estão com muita pressão, muito stress. É urgente libertar camas porque a situação é muito complexa. O tempo é de agilizar, de resistência e de decisões rápidas”, disse o autarca daquele município do distrito do Porto.

Em declarações à agência Lusa, José Manuel Ribeiro contou que esteve esta manhã no Seminário do Bom Pastor, que se localiza em Ermesinde, para acompanhar a montagem daquele centro para doentes Covid-19 que “decorre a todo o vapor”.

“A câmara de Valongo tem cerca de uma dúzia de funcionários a trabalhar no seminário para garantir uma montagem rápida. Isto depois de termos contactado a direção do seminário para garantir que a cedência seria possível, à semelhança do que aconteceu na primeira vaga. Cabe agora às autoridades, nomeadamente à ARS-N [Administração Regional de Saúde do Norte] e à Segurança Social, garantirem as equipas necessárias”, descreveu o autarca. Em causa está a montagem no pavilhão 4 do Seminário do Bom Pastor do Centro Distrital de Retaguarda para doentes Covid-19.

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Na segunda-feira, em declarações à Lusa, o secretário de Estado Eduardo Pinheiro anunciou que este equipamento, cedido pela Diocese do Porto, terá capacidade para 50 camas, número que poderá aumentar para 80. De acordo com o governante, que é também responsável pela coordenação da situação de calamidade na região Norte do país, “o objetivo é dar resposta à pressão atual que se faz sentir nos hospitais”.

O espaço servirá para receber doentes em condições de continuar a recuperação fora dos hospitais, mas que não tenham retaguarda ou condições em casa ou nas instituições onde vivem.

Esta terça-feira, José Manuel Ribeiro revelou que a Câmara de Valongo disponibilizou roupas de cama e barreiras para “isolar o edifício de forma a salvaguardar a saúde das pessoas que usam, trabalham e frequentam o seminário” e que “já foi libertado espaço no rés-do-chão para acolher pessoas com mobilidade reduzida”.

Também à Lipor “já foi pedido apoio na recolha dos resíduos” provenientes deste centro distrital de retaguarda, por estes terem “características especiais e necessitarem de um corredor de tratamento especial”, acrescentou o autarca, deixando um “profundo apelo” à “responsabilidade dos cidadãos”.

“Sinceramente, o que gostaria era que estas instalações não fossem necessárias, mas sendo, que estejam prontas o quanto antes. Como autarca fico muito contente que Valongo, mais concretamente a cidade de Ermesinde, possa ajudar neste combate que é um combate global e sem fronteiras. E é justo que se faça um agradecimento muito grande à Diocese do Porto que teve a grandeza de disponibilizar estas instalações”, referiu José Manuel Ribeiro.

Também o bispo do Porto, Manuel Linda, deu conta esta manhã dos trabalhos de montagem que decorrem no Seminário do Bom Pastor.

“A Diocese do Porto voltou a disponibilizar o pavilhão 4 do Seminário do Bom Pastor para hospital de acolhimento de vítimas da Covid. O local já foi visitado pelas autoridades e já se procede a arrumação dos espaços. Será um centro de internamento que pode ir até 80 camas”, escreveu Manuel Linda na rede social Twitter.