O Papa Francisco pediu esta terça-feira aos cristãos que rejeitem a indiferença perante quem sofre e que sejam unidos e mais fraternos, durante o encontro ecuménico pela paz, promovido pela comunidade católica de Santo Egídio realizado em Roma.

A Comunidade de Santo Egídio realiza anualmente este encontro inter-religioso, sendo este ano subordinado ao tema “Ninguém se salva sozinho – paz e fraternidade”. Na cerimónia participaram líderes de várias religiões que rezaram pelas vítimas da guerra e da pandemia.

Além do chefe da Igreja Católica, que considerou que “rezar juntos é uma dádiva”, participaram o patriarca de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu I; o rabino chefe da França, Haim Korsia; o secretário-geral do Comité Superior da Fraternidade Humana (Islão), Mohamed Abdelsalam Abdellatif; e o budista Shoten Minegishi.

Segundo a agência Ecclesia, o Papa alertou para “a tentação de pensar só em defender-se a si mesmo ou ao próprio grupo, ter em mente apenas os próprios problemas e interesses”. O Papa questionou o culto do próprio “eu”, que “cresce e se alimenta mediante a indiferença para com o outro”.

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“O ‘evangelho’ do salva-te a ti mesmo não é o Evangelho da salvação. Antes, é o evangelho apócrifo mais falso, que coloca as cruzes aos ombros dos outros. Ao contrário, o Evangelho verdadeiro assume as cruzes dos outros”, alertou Francisco na Basílica de Santa Maria em Aracoeli, Roma. Francisco sustentou que pensar em si mesmo é o pai de todos os males e que a “falta de amor” é a causa mais profunda dos males “pessoais, sociais, pessoais, internacionais e ambientais”.

A celebração evocou as vítimas das guerras, do terrorismo e da atual pandemia, rezando pela paz no mundo e pelos cristãos perseguidos, citando a situação do Burquina-Faso.

Os participantes evocaram, em particular, os conflitos no Afeganistão, América Central, Bielorrússia, Burundi, Colômbia, República Democrática do Congo, a Península Coreana, Iraque, Índia e Paquistão, Líbano, Líbia, Mali, México, o norte de Moçambique, Nigéria, República Centro-Africana, Síria, o Cáucaso, a Somália, Sudão do Sul, Ucrânia, Venezuela, Iémen e na Terra Santa.

Após esta oração, os representantes cristãos uniram-se a outros líderes religiosos e políticos, na Praça do Município de Roma, Campidoglio, para uma cerimónia pelas vítimas da Covid-19.