O Governo reconhece que este momento é “de grande preocupação” em relação à pandemia – não só em Portugal mas em vários países – mas garantiu que o Serviço Nacional de Saúde, apesar da “pressão significativa”, tem capacidade “elástica” e “expansível”. Contudo, se for necessário, os recursos e os meios militares estarão na “primeira linha de resposta”, indicou Diogo Serras Lopes, secretário de Estado de Saúde.

Na conferência de imprensa desta quarta-feira, onde Diogo Serras Lopes falou ao lado da diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, o secretário de Estado da Saúde afirmou que “a taxa de ocupação de camas Covid é, em termos nacionais, de 72%”, com maior incidência no norte, onde é 76%. Já nas “camas de cuidados intensivos dedicadas a Covid, havia uma taxa de ocupação de 71% a nível nacional – no norte é 76%”.

Porém, “o SNS está preparado para continuar a expandir a capacidade“, garantiu Diogo Serras Lopes, garantindo que houve uma “preparação” nestes meses que é “visível” desde logo na “contratação de mais de 5.000 profissionais de saúde, entre os quais 1.700 enfermeiros”.

Diogo Serras Lopes explicou que não se pode dizer qual é a capacidade máxima do SNS, até porque há que ter em conta as outras doenças. Mas “a capacidade do SNS é elástica”, disse o secretário de Estado da Saúde, garantindo que se vai continuar a adaptar a capacidade. No que diz respeito a camas de enfermaria, há 21 mil camas disponíveis no SNS – atualmente há 1.500 camas dedicadas a Covid “e este número mostra que a capacidade de expansão existe”, comentou.

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Porém, se for necessário, “o Ministério da Saúde está em conversações há muito tempo com o Ministério da Defesa sobre a possibilidade de os serviços de saúde da defesa poderem ser um apoio – é com muito agrado que verificamos este aumento da expansão [anunciada pelo ministro da Defesa] e esta será a primeira linha de resposta caso exista alguma dificuldade relativamente à capacidade de camas de enfermaria e cuidados intensivos”.

Sobre contratações, e em especial sobre o recurso estudantes de enfermagem, criticado pela bastonária da Ordem dos Advogados, o secretário de Estado da Saúde sublinhou que “como já dissemos houve um reforço muito significativo durante esta pandemia, incluindo nos enfermeiros, e as entidades de saúde pública continuam com autonomia de contratação”. Ana Rita Cavaco tinha criticado o uso de estudantes de enfermagem quando há centenas de enfermeiros no desemprego. “As necessidades vão ser colmatadas à medida que elas existirem, assim existam profissionais disponíveis para trabalhar connosco”, acrescentou Diogo Serras Lopes.

Por seu turno, Graça Freitas indicou que neste momento há 49 surtos ativos, com 449 casos reportados em escolas (creches, escolas e universidades). E não estão, aqui, os alunos Erasmus que têm sido “bastantes” identificados por todo o país, explicou a diretora-geral da Saúde. Já surtos em estabelecimentos de saúde, “o número ativo é de 28, com 326 casos”, diz a diretora-geral de Saúde. “Não quer dizer que todos sejam surtos grandes, basta haver dois casos”, diz Graça Freitas.

Diogo Serras Lopes já tinha dito que, em lares, há casos em 129 lares, com 1.425 casos entre utentes desses lares e 593 profissionais também positivos”. O responsável sublinhou, porém, que “estes números devem ser contextualizados – Em abril chegámos a ter 365 lares com casos”.

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