A albufeira do Alqueva registou afluências abaixo da média nos últimos quatro anos devido à seca, o que, combinado com a água evaporada e extraída, fez baixar o volume armazenado, que está atualmente com 59% da capacidade máxima.

Nos últimos quatro anos, as afluências registadas às albufeiras do Alentejo, como a albufeira “mãe” do Alqueva, “ficaram abaixo da média”, refere a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), em comunicado enviado à agência Lusa.

Segundo a empresa, Alqueva, “cumprindo a sua missão, garantiu a água necessária a todas as atividades que dela dependem dentro da área de influência” e os volumes evaporados e extraídos da albufeira desde o início deste ano “levaram a que, e na sequência de outros anos secos, a cota tenha baixado para menos de 144 metros, ou seja, oito metros abaixo do seu nível de pleno armazenamento“, à cota de 152 metros.

Atualmente, no início de um novo ano hidrológico e do seu semestre húmido, a albufeira do Alqueva armazena 2.442 milhões de metros cúbicos de água e está à cota de 143.22 metros, o que corresponde a 59% da capacidade máxima de 4.150 milhões de metros cúbicos à cota de 152 metros. Do volume atual armazenado, só 1.433 milhões de metros cúbicos de água são utilizáveis, frisa a empresa.

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Lembrando que a área inundável em pleno armazenamento do espelho de água do Alqueva, o maior lago artificial da Europa, é de 250 quilómetros quadrados, a EDIA refere que a evaporação acumulada desde o início deste ano e até este mês foi de “136 milhões de metros cúbicos, o equivalente a mais do que uma albufeira do Roxo”, que abastece os concelhos de Beja e Aljustrel.

De acordo com a EDIA, desde o início deste ano e até este mês, Alqueva distribuiu cerca de 350 milhões de metros cúbicos de água, dos quais mais de 251 milhões foram diretamente para os clientes finais, cerca de 13,5 milhões para captações diretas e pouco mais de 84 milhões para os perímetros de rega confinantes.

Só a partir da Estação Elevatória dos Álamos, a principal estação elevatória do sistema do Alqueva, foram bombados perto de 264 milhões de metros cúbicos de água, sublinha. Além dos 350 milhões de metros cúbicos de água distribuídos, Alqueva garantiu os caudais no rio Guadiana.

A Central Hidroelétrica do Alqueva, que é gerida pela EDP, turbinou mais de 2.588 milhões de metros cúbicos de água, volume praticamente todo devolvido à albufeira por via da bombagem dos grupos reversíveis. Já a barragem de Pedrógão, que faz parte do empreendimento e está situada a jusante da barragem do Alqueva, libertou para o Guadiana perto de 211 milhões de metros cúbicos de água. Este volume de água foi turbinado na Central Mini-hídrica de Pedrógão, garantindo à cascata do Pulo do Lobo uma afluência acumulada de perto de 245 milhões de metros cúbicos.

Além daquelas centrais, existem mais cinco mini-hídricas geridas pela EDIA, que produziram de 11,1 gigawatt-hora (GWh) de energia, desde o início deste ano e até este mês mais, enquanto as fotovoltaicas tiveram uma produção de 3,1 GWh.

A albufeira do Alqueva atingiu, pela primeira vez, a capacidade máxima em 12 de janeiro de 2010, quase oito anos após ter começado a encher (a 08 de fevereiro de 2002), quando se fecharam as comportas da barragem.