A notícia aterrou nos Açores a dois dias de a campanha eleitoral terminar: José Manuel Bolieiro, ex-presidente da câmara de Ponta Delgada e atual presidente do PSD Açores, assim como a atual presidente da autarquia, o ex-vice-presidente e uma antiga vereadora, estão a ser investigados pelo Ministério Público pelo crime de insolvência culposa devido à alienação de uma empresa municipal falida, a Azores Parque.

A notícia veio do continente, através do jornal Público, para a ilha mas, nos Açores, há quem estranhe a pertinência, uma vez que os factos “não são novos” e têm estado em discussão há meses na Assembleia Municipal, segundo relata uma fonte social-democrata ao Observador.

Falando aos jornalistas nas Flores, onde estava esta manhã, o presidente do PSD Açores, José Manuel Bolieiro, afirma que “é inequívoca” a sua “honra” e “transparência”, apontando o dedo a quem “quer pôr em causa um político à beira das eleições”.

“Lamento que nesta altura queiram pôr em causa um político que está a beira das eleições, porque é inequívoca a minha honra, e a transparência dos procedimentos. O que é lamentável é o titulo, porque a noticia até procura demonstrar onde estão os problemas”, diz, sublinhando que os problemas no negócio em causa “no têm a ver comigo nem com a câmara municipal”, mas sim com outras entidades que devem ser investigadas.

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Questionado sobre se fazia tudo da mesma maneira, José Manuel Bolieiro, que se candidata contra o presidente do Governo regional açoriano, o socialista Vasco Cordeiro, afirma que a sua defesa sempre foi a do “interesse público”, “do município e do povo”. “Foi tudo acautelado, e é o interesse público que me continua a mover”, disse.

“Espero que  as pessoas tenham o discernimento para perceber onde está a tentativa de ataque de caráter e onde está a seriedade e a honra de quem se apresenta na política como eu me tenho procurado apresentar”, disse ainda.

O mesmo disse Rui Rio, que reagiu à notícia que faz capa do Público, através do Twitter: “Na véspera da campanha eleitoral terminar, o Público resolve entrar nela em força com um assunto requentado, prestando um serviço ao PS e tentando denegrir José Manuel Bolieiro, um homem sério com uma vida que, sem margem para dúvidas, o atesta. Que levará o jornal a fazer isto?”, escreve o líder nacional do PSD.

Na Ribeira Grande, em São Miguel, Vasco Cordeiro também foi questionado sobre o caso, mas limitou-se a dizer que a “presunção da inocência” é válida para todos, incluindo para José Manuel Bolieiro.